Review | Humble Bundle Para Android 3
Humble Bundle é um sucesso inegável. Explicando por alto, é um pacote de jogos, que você paga exatamente o que quiser por ele, e recebe seus jogos, totalmente livres de DRM e multi plataforma. Caso queira mais informações, no post Humble Bundle para Android 2, eu dou mais explicações sobre como funciona melhor todo o projeto.
Aqui o objetivo é fazer um mini review de cada um dos jogos para esse Humble Bundle para Android 3. O Bundle é voltado para os dispositivos mobile, porém, dessa vez, todos os jogos tem boa jogabilidade em nada prejudicada estando num computador, ao invés de um tablet ou celular, isso é uma diferença boa para o anterior, em que alguns dos jogos, só faziam sentido realmente, sendo jogados em dispositivos móveis.
Fieldrunners
Fieldrunners é um tower defense clássico, em que o objetivo é impedir, com as suas torres de tiro, que o inimigo alcance a sua base. Cada modo de jogo dispõe de uma variedade de torres de ataque diferente. O básico, tem a torre de tiro normal, a torre que deixa os inimigos mais lentos, mísseis, e a Tesla Tower, que é a torre de raios elétricos. Nada de novo por aqui, certo? A quantidade de torres diferentes de ataque, que são 12 ao total, são um atrativo. Além de 7 modos de jogos: Clássico, 100 rounds; Extended, a mesma coisa do clássico, mas ao invés de 4 variedades de torre, são 6; Endless, sem fim. Até acabar suas 20 vidas, ou 20 inimigos que infiltram a base. Além disso, temos Sudden Death, ou morte súbita, o primeiro inimigo que passar a barreira, é game over. Time Trial, Tower Combo 1 e 2, que são basicamente o modo clássico com mais torres.
Outro aspecto interessante do jogo, são os tipos de mapas disponíveis. O padrão, como todo bom tower defense, é uma entrada e a saída do lado oposto. Existem mapas, com 2, 3 e até 4 entradas de inimigos e a sua base no centro. Enfim, é bem versátil, com vários estilos do mesmo tipo de jogo.
Os gráficos do jogo, são interessantes, com um visual cell shading, cartunesco, com claras inspirações em Team Fortress 2.
No mais, se você gosta de tower defense, com certeza é uma boa pedida, e vai render várias horas de diversão, e nos níveis mais difíceis, um desafio e tanto também. Se eu tenho alguma crítica ao jogo, é a quantidade de rounds por partida, que são 100 nos primeiros níveis, e 50 nos posteriores. 100 rounds torna o jogo muito mais longo do que eu gostaria e até um pouco cansativo, já que nos últimos, com a estratégia montada, pouco você têm a fazer a não ser observar o jogo terminar. O melhor dos mundos nesse aspecto, seria que o jogador pudesse escolher a quantidade que mais lhe agrada.
BIT.TRIP BEAT
BIT.TRIP BEAT não é nenhuma novidade no cenário indie game, que veio na onda de jogos de ritmo. Ele nada mais é que uma releitura do antigo Pong, com elementos modernos. Variando os alvos que você tem que defender, de acordo com o ritmo da batida do tom principal que está tocando.
O grande problema desse tipo de jogo, é que os considero repetitivos e enjoativos. Depois de meia hora, nada de novo é apresentado, ficando apenas numa mesmice, de rebater o pixel de algumas maneiras diferentes. Sem ter uma história, objetivo ou algum desafio final por trás – que na verdade, até existe, se você considerar que habilitar todos as músicas é um desafio, que irão repetir o seu gameplay anterior – o jogo se mostra sem nenhuma força para que seja retomado para um replay.
Outro ponto, pra mim negativo, para BIT.TRIP BEAT, é a poluição visual presente na tela. Se você tiver algum problema com “Motion Sickness”, passe longe. Como todo bom jogo Old School, o nível de dificuldade é bem grande, chegando em alguns momentos a ser até desanimador, e pra realmente “fechar” o jogo, você vai ter que repetir dezenas de vezes o level, pra conseguir memorizar e atingir um bom desempenho, e isso leva a um outro problema na minha opinião. O jogo é composto por três músicas, todas são excessivamente longas. Somando isso aos excessos visuais da tela, e a própria música, que apesar de boa, tem um aspecto repetitivo, o jogo se torna maçante em pouco tempo.
Spirits
Se em BIT.TRIP BEAT tivemos uma releitura de Pong, aqui temos uma releitura de um outro clássico: Lemmings. Só que ao invés dos pigmeus de cabelinho verde, temos espíritos ou fantasmas. Com uma mecânica simples, mas extremamente desafiador, caso queira completar todos os níveis com pontuação perfeita. Spirits é absolutamente competente no que se propõe. No controle dos fantasmas, você tem opções, como cavar em várias direções, transformar o fantasma numa nuvem que sopra vento e carrega os outros espíritos, uma plantinha pra formar plataformas, enfim, elementos para que você vença os obstáculos do nível e atinja o objetivo.
Dois pontos super positivos do game são: Estética e Som. O cuidado e a atenção a cada um dos detalhes nesses dois quesitos são tão marcantes, que após terminar todas as missões, você tem vontade de passar tudo de novo, não só pra conseguir um score melhor, mas para apreciar a beleza artística que o jogo proporciona. Esses cuidados me lembraram muito Flower e Braid, apesar de objetivos e jogabilidades totalmente diferentes, tudo funciona numa sinergia quase perfeita, que são marcos nesse quesito.
Uplink
Uplink é um jogo antigo, foi lançado em 2001. Portado para todas as plataformas, e que gerou diversos descendentes pelo mundo, como Hacker Evolution, o jogo é um simulador Hacker, em que você é contratado por uma empresa chamada Uplink, e recebe missões, para invadir servidores, roubar dados, etc, etc. Tudo que um hacker de Hollywood deve fazer.
O jogo é interessante, no momento em que ele pega o estereótipo de “serviço” Hacker muito explorado por filmes, e pela mídia em geral, e constrói uma mecânica de simulação diferente e inovadora, pra época em que foi lançado. Além disso, é um jogo bem cru, que não faz questão de deixar o jogador confortável, com tutorais extensivos e explicando cada detalhe do jogo. Ao contrário, você tem uma pequena introdução da missão inicial, que é facílima, e o tutorial termina com a frase: Agora é por sua conta.
Uplink é um clássico, que foi ultrapassado por seus sucessores, mas ainda assim, rende alguma diversão. E isso num dispositivo mobile, me parece ficar ainda mais interessante.
SpaceChem
SpaceChem é um puzzle de movimentação, ou puzzle de trilhos. Um estilo clássico, em que muda-se a temática, o modo de atingir ao objetivo, mas o cerne é mantido, em que deve se traçar uma rota para que algo atinja um objetivo.
E nesse caso, você é um cientista, trabalhando para a SpaceChem, combinando átomos e moléculas num reator. E o objetivo é o padrão, traçar a rota que atinja o fim, no mínimo de tempo possível. Nos estágios iniciais parece fácil, mas os puzzles ganham um nível de dificuldade bastante elevado com o passar da história, fazendo com que você realmente ponha a cabeça pra pensar pra passar de certos níveis.
Além disso o jogo conta com um pano de fundo, pra localizar esse reator em que você trabalha dentro da história. Apesar de não passar de algumas telas com texto escrito, engraçado até, achei interessante essa inserção de mais informações num jogo que definitivamente não exigiria isso.
Enfim SpacheChem é um bom passatempo, e que vai agradar bastante àqueles que gostam de jogos de quebra-cabeças.