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  • Resenha | Império da Prata – Conn Iggulden

    Resenha | Império da Prata – Conn Iggulden

    imperiodaprata

    Retornamos à aridez das terras mongóis e além. Uma nova geração expande ainda mais o poder da recém-nascida nação mongol e os seus inimigos compreendem a verdade nas seguintes palavras: Deus tem misericórdia, os mongóis não.

    O Império da Prata é o quarto livro da saga de Genghis Khan trazida a nós por Conn Iggulden. As resenhas anteriores também podem ser lidas aqui no Vortex (Lobo das Planícies, Senhores do Arco, Ossos das Colinas) e quem não quiser saber de nenhum spoiler histórico, sugiro não prosseguir com a leitura caso não tenha lido o livro anterior.

    Império da Prata retoma a história anos depois da morte de Genghis, seu filho Ogedai está prestes a ser nomeado Khan da nação, conforme escolha do próprio Genghis em vida. Ogedai por si só é muito diferente de seu pai e pretende obter o juramento de toda a nação dentro de sua suntuosa e recém construída cidade, Karakorum, idealizada para ser um marco e a capital dos mongóis. A própria ideia de uma construção da magnitude de Karakorum iria de total encontro com o pensamento de Genghis, que sempre cuspiu, destruiu, pilhou e massacrou diversas cidades do Império Chin, mostrando a todos o quão frágil são muros e os homens que se acostumam ao seu conforto e ‘segurança’.

    A tensão dentro da nação é enorme pois um dos outros filhos do Grande Khan, Chagatai, está sedento por se tornar o novo Khan, e não um homem (fraco, na sua visão) como Ogedai.

    Dentro deste contexto somos introduzidos a terceira geração desde o nascimento da nação, os netos de Genghis nos são apresentados, conhecemos suas ambições e legados, eles que serão o fio condutor do destino de todo um povo que se originou de tribos minguadas para se tornar em algumas décadas no que o mundo ocidental apelidou de ‘’a praga mongol’’.

    O conflito de gerações é o grande foco deste quarto livro. A esta altura já conhecemos os principais heróis que lutaram tão bravamente para formar esta unidade mongol, acompanhamos suas maiores batalhas, quase mortes, aprendizado e uma inquestionável qualidade militar como exército. Conn foi muito feliz ao chocar esses generais dos primórdios da história (Khasar, Kachiun e o maior general da nação, Tsubodai) com os netos de Genghis, que na sua arrogância juvenil, questionam os que vieram antes, suas ordens e suas decisões. Alguns por terem sim uma já grande habilidade (Batu, por exemplo), mas outros apenas por serem netos do grande pai da nação. Isso gera um desconforto bastante interessante e prende o leitor ao romance. Algo que se faz necessário já que este deixa devendo um pouco na questão ‘batalhas épicas’, algo bastante comum principalmente no romance anterior.

    E no quesito pelo qual os mongóis são mais conhecidos, expansão territorial e batalhas taticamente impressionantes, aqui temos o deleite da narrativa das batalhas contra os poderosíssimos russos e sua cavalaria pesada. A tomada de Kiev e St. Petersburgo em pleno inverno é um dos pontos altos do livro. Quando questionado ao planejar uma campanha no inverno, Tsubodai explica aos seus homens que o inverno pertence aos mongóis, eles são os homens de ferro que ano a ano sobrevivem e se acostumaram a ele. Os nobres russos se escondem em suntuosos castelos no inverno, eis aí o fator do ataque surpresa mongol que sempre foi uma constante em suas campanhas. Isso somada a já conhecida velocidade de sua cavalaria eram vantagens sobre qualquer exército, mesmo os numericamente superiores. Nenhum exército na época conseguia transpor a mesma quantidade de quilômetros em tão pouco tempo.

    Enquanto a expansão para o Oeste prosseguia, algo acontece que mudaria o destino dos mongóis e consequentemente do mundo na época. Fato este que pode ter sido responsável pela salvação da tomada do Oeste por estes guerreiros insaciáveis. Sim, os mongóis poderiam ter tomado várias das grandes nações ocidentais e caso ainda existíssemos, possivelmente este texto seria escrito em mandarim ou uma variante do idioma mongol.

    É bastante curioso notar e poder analisar (a posteriori é claro), como um acontecimento local pode ter tamanho impacto no mundo, principalmente em eras onde o contato exterior entre os povos era muito mais restrito e incomum.

    Império da Prata têm um ritmo diferente dos livros anteriores, mais calcado nos seus personagens e menos em suas ações, menos pretensioso e épico, mais intimista e sutil. Pode-se dizer que a falta da chama de Genghis caracteriza esse tom mais ameno do romance, ele com certeza faz falta, mas sabíamos que a saga contada por Conn iria além do tempo de vida do grande Khan.

    Agora nos resta ver como terminará a saga da grande nação de Genghis Khan e sua horda impiedosa.

    Compre aqui.

    Texto de autoria de Amilton Brandão.

  • Resenha | Os Ossos das Colinas – Conn Iggulden

    Resenha | Os Ossos das Colinas – Conn Iggulden

    Os Ossos das Colinas - Conn IgguldenO Supremo Soberano está de volta. Pronto para liberar sua horda de mongóis ensandecidos sobre desafortunados inimigos. Ansioso para conquistar e destruir novos territórios. Sedento por vingança!

    Ossos das Colinas é o terceiro livro da série O Conquistador. Saga essa que narra a vida de Temujin, mais conhecido por Gêngis Khan. Para quem não conhece os livros, aconselho antes de continuar que leiam as resenhas do primeiro (O Lobo das Planícies) e do segundo livro (Os Senhores do Arco).

    Este terceiro volume inicia-se relatando acontecimentos ocorridos três anos após o final de Os Senhores do Arco. Gêngis havia dividido seu já numeroso exército, mandando seus generais para diferentes regiões do planeta para saquear, conquistar e destruir em seu nome. Cada general partiu com um tuman (10 mil homens) e com um dos filhos de Gêngis, a fim de treiná-los e endurecê-los na arte da guerra.

    Tsubodai, (o maior general que Gêngis já teve sob seu comando) ficou com o filho mais velho, Jochi. Este, no alto dos seus 17 anos havia se tornado um grande guerreiro e líder astuto sob a tutela de Tsubodai. Apesar de tudo, Jochi nunca fora aceito por Gêngis como filho legítimo e herdeiro direto do Cã. Havia a possibilidade de Jochi ter sido fruto de um estupro sofrido pela primeira mulher de Gêngis. O Cã o ressentia, e sequer admitia a maioria dos feitos do filho bastardo. Jelme levou consigo o arrogante Chagatai e Khasar ficou com o mais novo dos três: Ogedai.

    Gêngis chama-os de volta à Mongólia, a fim de iniciar uma nova campanha marcial. Desta vez contra os ‘’povos do deserto’’. Gêngis havia enviado mensageiros para as mais diversas terras, entre elas as terras Árabes, governadas pelo xá Ala-ud-Din Mohamed. Eis que estes homens não voltaram, Gêngis tentou por mais de uma vez estabelecer um contato ‘’diplomático’’ com os governantes daquela terra, porém recebeu as cabeças de seus homens como resposta. Isso bastava. Como ele mesmo diz em um trecho do livro: “Não sou o autor dessa crise, mas rezei ao pai céu para me dar a força de exercer vingança”.

    Este é o grande estopim do livro, motivo mais do que suficiente para um povo como os Mongóis entrarem em guerra. Guerra esta narrada com os mesmos predicados dos outros volumes, mas em uma escala nunca antes vista pelo exército mongol. Além de números impressionantes do exército do xá, desta vez eles enfrentarão bestas de guerra gigantes, monstros de carne com presas de marfim nunca antes vistos por um mongol. Como derrotariam tal criatura? Eles se perguntam.

    Neste volume, Conn dá um pouco mais de ênfase na impressionante estratégia e organização militar mongol. Conseguimos compreender como era prática e funcional a divisão decimal aplicada aos homens. Cada arban (10 homens) tinha seu líder, que se comunicava diretamente com o líder do jagun (100 homens), que por sua vez se dirigia ao líder do mingan (1000 homens), culminando no já mencionado tuman.

    Os conflitos internos do povo de Gêngis também são mais bem explorados neste livro. As disputas por poder e reconhecimento entre Jochi e Chagatai têm, por exemplo, seu embasamento em um conceito muito bem aplicado por Gêngis: a meritocracia.

    Desde os seus primeiros atos como líder, Gêngis sempre preferenciou o mérito ao parentesco. Para um homem obter seu respeito, ele tinha que se provar como merecedor de tal por suas ações, não importando sua origem. A maior prova desse sistema era o próprio Tsubodai, que começou como um adolescente no exército de Gêngis, mas que devido à sua mente astuta e raciocínio tático sem igual, subiu ao mais alto posto, se tornando um general, dono de um tuman, respondendo diretamente ao Cã. Tsubodai é somente um exemplo entre muitos. Este sistema de promoção era inédito aos povos daquela época e região. E não é difícil deduzir porque cada mongol guerreava e treinava por horas a fio sob o frio olhar de Gêngis. Esse sistema contribuía com toda a moral do exército, proporcionando-lhes vitórias improváveis e ao mesmo tempo espetaculares.

    Este talvez seja o mais bem escrito livro de Conn Iggulden. Talvez o ponto no qual a história se encontra contribua para isso. Prepare-se para se deparar com tons mais sombrios desta vez. Ele se mistura com a alegria da guerra, com os anos que passam, com a nostalgia das lembranças dos principais personagens, como sempre, muito bem construídos. Ou talvez, seja apenas a evolução natural de um autor relativamente novo no mercado editorial.

    As conquistas de Gêngis Khân continuam nos fascinando. Ensinando um pouco de História e nos cativando ao mesmo tempo. Não cansamos de nos impressionar com os feitos dele. Impondo a sua superioridade militar sobre diversas outras nações. Depois de três volumes, nos sentimos ainda mais próximos desse povo, das suas conquistas, das suas dificuldades. Não se espante se ao final da leitura você querer tomar um pouco de airag preto, montar o seu pônei e cavalgar pelas planícies…

    Texto de autoria de Amilton Brandão.

  • Resenha | O Imperador: Os Portões de Roma – Conn Iggulden

    Resenha | O Imperador: Os Portões de Roma – Conn Iggulden

    Primeiro livro de uma série de quatro. Livro que colocou Conn Iggulden no mapa de escritores de romances históricos ao lado de nomes como o de . Depois de décadas tentando publicar algo, Conn estava prestes a desistir de ganhar a vida no ramo literário e pretendia manter até a aposentadoria a sua profissão na época: professor. Felizmente isto não aconteceu e hoje temos a oportunidade de apreciar seus livros.

    Parte da aceitação deste livro pelos editores (e futuramente pelos leitores) se deu ao hype do filme Gladiador (lançado no ano 2000). Muitas pessoas queriam entender melhor o Império Romano, e Conn foi inteligente em usar este momento a seu favor. Portões de Roma é então publicado em 2003 e logo se torna um sucesso. O próprio Conn diz que deve muito ao filme pelo seu sucesso inicial.

    Inicia-se então a série que contaria a vida do governante mais famoso e importante do Império Romano. Caio Júlio César. Seu nome se tornaria mais do que uma referência, seria usado como título de governante em nações vindouras (Kaiser na Alemanha, Csar na Rússia, Tsar para os eslavos). Por 2000 mil anos depois do assassinato de Júlio César, houve pelo menos um governante usando seu nome. O herói grego Aquiles, que tinha como maior ambição ter seu nome imortalizado na história, com certeza ficaria impressionado com estes dados.

    Iggulden começa narrando a infância de um garoto chamado Caio e de seu amigo Marco. Ambos vivem em uma das muitas áreas rurais que circundavam Roma na época. Seu pai Júlio César é um cidadão romano com voz ativa no senado e por conta das responsabilidades para com a república, quase não acompanha o crescimento de seu filho.

    A primeira visita de Caio e Marco a Roma para acompanhar as lutas dos gladiadores é descrita com detalhes, o que nos dá uma visão do avanço tecnológico dos romanos comparados com outras culturas da época. Afinal é difícil conceber uma cidade de tempos longínquos com água encanada por exemplo. Mas também fornece dados para entendermos os principais problemas de Roma como uma grande metrópole. Sua sujeira, sua densidade populacional, sua violência transbordando pelos becos estreitos. Com a descrição de Iggulden, cheiramos esse fedor, nos sentimos espremidos pelos cidadãos romanos, e vivemos o medo que se esvanece, ou se concretiza a cada esquina. Mesmo assim, Caio fica embasbacado com tamanho esplendor e vivacidade. Mercadores, mendigos, legionários, políticos, todos dentro do mesmo cenário, fazendo parte do majestoso império.

    É nesta visita que tomamos conhecimento de um grande gladiador de Roma, que traçará um importante papel na vida dos garotos. Ele será responsável pelo treinamento de Caio e Marco na arte do combate, Rênio é seu nome.

    Seguimos o aprendizado dos garotos até que o destino os catapulta para uma série de eventos que resultarão em aventuras emocionantes para um, escolhas difíceis para outro. Em terras estrangeiras temos os perigos de emboscadas, rebelião de povos já conquistados por Roma e como não podia deixar de faltar, embate entre os legionários e os famigerados bárbaros. Dentro de Roma temos os perigos e sutilezas do mundo político. Suborno, conspirações e brigas pelo poder são os protagonistas da cidade das sete colinas.

    Conn alterna entre estes dois mundos com habilidade, convergindo os dois na medida em que a trama se intensifica. Essa alternância mantém o leitor preso aos acontecimentos seguintes, sempre ávido pelo desfecho.

    Apesar de tudo isso, este primeiro livro é bem introdutório se comparado ao primeiro livro da série O Conquistador. Talvez por ser mais curto (pouco mais de 370 páginas), ou talvez por ser o primeiro livro publicado pelo autor, muito do que vemos aqui é de certa forma contido se comparado ao volume O Lobo Das Planícies. As batalhas são descritas de modo menos detalhado, poucos personagens são realmente aprofundados no decorrer da narrativa e algumas viradas na trama não são tão surpreendentes como esperaríamos. Lendo sua série seguinte, nota-se a evolução de Conn como escritor ao tratar essas questões com uma abordagem diferente. Apesar disso, pelo que conhecemos da história de Júlio César, tenho certeza que os próximos livros da série trarão ainda mais emoção à estória. A tendência é que as batalhas épicas e as tramas políticas se intensifiquem, com a adição de personagens conhecidos por todos nós, como Cleópatra, Pompeu e Marco Antônio por exemplo.

    Recomendo o romance sem grandes ressalvas para o fã do gênero, e irei com certeza seguir a diante com a narrativa da magnífica vida de Gaius Iulios Caesar

    Texto de autoria de Amilton Brandão.

  • Anotações na Agenda 01 | Feedback Aos Ouvintes

    Anotações na Agenda 01 | Feedback Aos Ouvintes

    Sincronizem suas Agendas. Flávio Vieira, Amilton Brandão, Deusa Bruno Gaspar e Levi Pedroso se reúnem para ler os comentários e emails de edições passadas enviados pelos ouvintes, tudo isso com a baixaria de sempre, claro.

    Duração: 30 min.
    Edição: Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira

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    Comentados na edição

    Farrazine 17 – No Ar!
    Deviantart – Bruno Gaspar (Deusa Hecates)
    Galeria Hentai – Bruno Gaspar (Deusa Hecates)
    Promoção Conn Iggulden – Ganhadores:

    Playlist da Edição

    Castlevania – Abbandoned
    Chrono Trigger – Main Theme
    Mario RPG – The End
    Zelda – Kakariko Village
    Rosana – O Amor e o Poder
    Assassin’s Creed 2 – The Animus 2.0
    Zelda Wind Waker – Dragon Island
    Shinobi – Kau Buatku Gila
    MegaDriver – Metal Beast – Rise From Your Grave
    Poets Of The Fall – Late Goodbye

  • Resenha | Os Senhores do Arco – Conn Iggulden

    Resenha | Os Senhores do Arco – Conn Iggulden

    Os Senhores do Arco Conn Iggulden

    No primeiro livro da série, O Lobo das Planícies, vimos Temujin nascer, crescer e se tornar um grande guerreiro. Líder nato. Passamos por suas maiores dificuldades, desde muito pequeno, com a morte sempre à espreita, seja ela ‘vestida’ de fome, frio ou simplesmente um guerreiro de uma tribo inimiga. Nos habituamos ao clima feroz da Mongólia, as batalhas lideradas por Gêngis na sua busca por unificação das tribos mongóis. Esta unificação, enfim se torna realidade no início do segundo volume da série O Conquistador.

    No inicio do livro, Gêngis está prestes a derrotar a ultima tribo mongol que ainda não havia se unido ao seu exército. Com mais esta vitória, seu objetivo primário está então completo. A Mongólia agora é uma nação de um só ‘Cã’, como ele sempre sonhou. Gêngis tem agora a seu dispor um incrível poder militar. E o pretende usar para livrar a Mongólia de seus inimigos, que para Gêngis são os Tártaros, povo responsável pela morte de seu pai e que desde muitas gerações guerreavam com os mongóis. Gêngis ainda desconhecia seus verdadeiros inimigos: o grande Império Chinês.

    O Império Chinês se dividia em três grandes reinos na época. Os Xixia, os Song e os da dinastia Jin. O que Gêngis desconhecia era que a China e suas dinastias financiavam a guerra entre as tribos mongóis e os Tártaros. Tudo para manter os ‘bárbaros’ guerreando entre si, sem nunca se importarem com as grandes riquezas dos verdadeiros senhores daquela terra.

    Toda a ambientação que Conn Iggulden nos introduziu no primeiro livro, se mostra muitíssimo relevante para entendermos a mente de Gêngis e de seus fieis discípulos nos desafios que encontrarão daqui para frente.

    A inicial ignorância de Gêngis perante a tecnologia chinesa e seus hábitos civilizatórios são mostrados de forma muito interessante neste volume. Mas conseguimos ver também a sagacidade da mente do Khan, ao se adaptar rapidamente e surpreender a todos na luta contra estes “novos” inimigos.

    Parece difícil de acreditar, mas este segundo volume é ainda mais dinâmico e envolvente que o primeiro. Com o pano de fundo definido logo no início, sobra espaço para as batalhas épicas que Conn narra tão bem.

    Gêngis usa da arrogância sempre inerente em um grande império para atacar a China com uma brutalidade e engenhosidade militar que ninguém esperava. Isso somado à adaptação que ele implantou nas armaduras de seu exército, e fica fácil compreender como um grupo inicialmente de desgarrados conseguiu enfrentar tal potência.

    A cada vitória obtida pelo exército do grande Khan, ele incorpora ao seu povo a tecnologia e habilidade do império milenar. Armaduras em placas, onde antes só tinha couro curtido. Seda por baixo da armadura, que não se rompe quando atingida por uma flecha inimiga. Até culminar nas grandes armas de cerco. A mente de Gêngis trabalha de forma lógica e simples. Quando deparado com a primeira muralha que protegia os Xixia, um dos seus generais o aconselha a desistir, pois seria impossível para eles conseguir derrubar tamanha construção. E Gêngis responde que algo que foi construído por homens, pode também ser destruído por homens!

    A saga de Gêngis Khan e seus irmãos continua tão interessante quanto antes e nos incita a continuar nesta aventura, guiada pela escrita perspicaz de Iggulden. Com um cliffhanger no ato final que vai deixar qualquer um sedento pelo próximo livro da série.

    Se no primeiro livro vimos o início da trajetória deste magnífico homem que se tornaria senhor da Mongólia. O segundo demonstra o quão impressionante foram as conquistas em sua vida adulta.

    O Conquistador. Série esta que já se tornou imperdível para qualquer amante de um bom romance histórico.

    Texto de autoria de Amilton Brandão.

  • Agenda Cultural 01 | Caçadores de Recompensa, Rita Cadillac e Uma Surra de Bunda

    Agenda Cultural 01 | Caçadores de Recompensa, Rita Cadillac e Uma Surra de Bunda

    Bem vindos a bordoFlávio Vieira (@flaviopvieira), Amilton Brandão (@amiltonsena) e Mario Abbade (@fanaticc) se reúnem para comentar tudo o que está rolando no circuito cultural dessa semana, com as principais dicas da semana em cinema, teatro, quadrinhos e cenário musical. Em uma linha alternativa de dicas atemporais, selecionamos alguns petardos interessantes dentro do ramo literário, além de explicarmos como será o formato que iremos adotar. Não perca tempo e ouça agora o seu guia da semana.

    Duração: 44 mins.
    Edição: Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira
    Arte do Banner: Gustavo Kitagawa

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    Comentados na Edição

    Quadrinhos

    Sandman: Edição Definitiva – Vol. I
    Resenha Homem-Aranha: Com Grandes Poderes

    Literatura

    Ilha do Medo – Dennis Lehane
    Resenha Os Senhores do Arco – Conn Iggulden
    O Hagakure: A Ética dos Samurais e o Japão Moderno – Yukio Mishima

    Música

    Marduk
    Placebo
    Bad Company – Hard Rock Live

    Teatro

    O Meu Sangue Ferve por Você

    Cinema

    Crítica Caçador de Recompensas
    Crítica As Melhores Coisas do Mundo
    Crítica Zona Verde
    Crítica Mary & Max
    Crítica Rita Cadillac: A Lady do Povo

    Produto da Semana

    Boneca Inflável Cleópatra

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  • Resenha | O Lobo das Planícies – Conn Iggulden

    Resenha | O Lobo das Planícies – Conn Iggulden

    Quando fala-se de romance histórico, logo vem a mente o nome de Bernard Cornwell. Afinal, o autor britânico já é mais do que consagrado ao redor do mundo por retratar momentos históricos com uma narrativa calcada nos detalhes das batalhas travadas. Mas a questão é que Cornwell não reina absoluto no gênero, e um conterrâneo dele merece atenção.

    Estou falando de Conn Iggulden, que depois da bem sucedida empreitada em contar a história de Júlio César na sua tetralogia sobre o Império Romano, nos traz agora uma história envolvendo outro grande (senão o maior) conquistador da História.

    “Gengis Khan é meu nome…e minha palavra é ferro!”

    Igguldenn narra neste primeiro romance da série o início da jornada de Temujin (nome de batismo de Gengis) ainda na infância, e seu caminho para se tornar o grande ‘Cã’, unificando as tribos da Mongólia que na época viviam em guerra umas com as outras. O autor nos apresenta desde o início o quão dura é a vida na Mongólia na época, com um inverno duro, era uma verdadeira vitória simplesmente sobreviver até o próximo ano.

    Iggulden fez uma extensa pesquisa histórica antes de começar a escrever a série, e foi até a país de origem de Gengis, viver entre eles para entender melhor a história do conquistador que até hoje é aclamado como herói entre os mongóis. Isso nos leva a uma descrição acurada, uma maior compreensão dos costumes deste povo e também de Temujin.

    Abandonado pela tribo de seu pai depois que este é morto por uma emboscada dos Tártaros, Temujin junto com sua mãe e irmãos enfrentam fome, frio e o medo de serem mortos por uma tribo inimiga, pois não têm mais a proteção da sua. Essas dificuldades, somadas a uma inata habilidade para comandar, faz de Temujin desde muito novo um ótimo e implacável líder, crescendo em poder a cada batalha vencida.

    As Batalhas…como elas são empolgantes neste livro.

    Iggulden nos faz sentir como se estivéssemos cavalgando ao lado de Gengis e disparando flechas a pleno galope. ‘Vemos’ essas mesmas flechas penetrarem aço, couro e carne, ‘ouvimos’ os gritos de terror do exército inimigo, ‘sentimos’ o vento frio da corrida em nosso rosto e ‘urramos’ de alegria junto com Gengis quando a batalha está terminada!

    Não quero dar mais detalhes da trama aqui, pois mesmo se tratando de um personagem histórico, todos os pormenores e sutilezas da vida de Gengis são saborosas surpresas durante a leitura. Vale lembrar que como em todo romance do tipo, Iggulden usa de sua criatividade para ‘ajustar’ a História à sua história, afinal o autor não tem a pretensão de escrever um livro acadêmico. Mas isso definitivamente não tira nem um pouco o mérito dos fatos narrados no livro.

    Falando em História, me lembrei de algo, que se não fosse um fato histórico, seria ainda mais difícil de se conceber: Como que uma criança abandonada, deixada para morrer sem nada, cresce para conquistar uma área com o dobro do tamanho do Império Romano?!

    Outro ponto que gostaria de salientar é o quão fácil e prazeroso foi a leitura deste livro. Iggulden mantém em sua narrativa quase que predominantemente momentos de informações vitais para a trama, sem muito espaço para divagações, isso traz uma fluidez narrativa impressionante. sem se tornar superficial. Na verdade, em uma comparação simplista entre Cornwell e Iggulden, eu diria que o primeiro é bem mais detalhista que o segundo, o que leva quase que inevitavelmente a um maior dinamismo na narrativa de Iggulden. Não estou aqui falando que um é melhor que o outro, somente que eles têm estilos um pouco diferentes. Eu adoro os livros de ambos.

    Se você já esta familiarizado com romances históricos esta série é recomendadíssima, se nunca leu nada do gênero, está aqui uma ótima opção para começar. O autor disse em uma entrevista que seriam pelo menos quatro livros necessários para contar a história de Gengis e seus descendentes. Aqui no Brasil por enquanto só temos publicados os dois primeiros livros da série. O segundo é O Senhor dos Arcos (em breve uma resenha dele aqui), o terceiro é o Bones of the Hills, este deve ser lançado por aqui em breve, também pela Record.