Tag: David F. Sandberg

  • Agenda Cultural 70 | Infiltrado na Klan, Green Book, Shazam!

    Agenda Cultural 70 | Infiltrado na Klan, Green Book, Shazam!

    Bem-vindos a bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira) e Filipe Pereira se reúnem para resgatar os filmes não comentados nos últimos tempos na Agenda Cultural. Plot-twist é uma assinatura de M. Night Shyamalan? Podemos ter otimismo com o progressismo da academia do Oscar? Shazam! é mesmo um filme bobo? Tudo isso e muito mais na agenda deste mês.

    Duração: 103 min.
    Edição: Julio Assano Júnior
    Trilha Sonora: Julio Assano Júnior e Flávio Vieira
    Arte do Banner:
     Bruno Gaspar

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    Crítica Vidro
    Crítica Infiltrado na Klan
    Crítica Green Book: O Guia
    Crítica Se a Rua Beale Falasse
    Crítica Vice
    Crítica Homem-Aranha no Aranhaverso
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    Crítica Alita: Anjo de Combate
    Crítica Dumbo
    Crítica Shazam!

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  • Crítica | Shazam!

    Crítica | Shazam!

    Cercado de expectativas, ainda mais após Aquaman ter  dado tão certo com publico e crítica especializada, Shazam! finalmente chega ao circuito comercial de cinema mundial, no entanto, já no início se indica que este é um filme independente de Homem de Aço, Batman vs Superman, Liga da Justiça e outros crossovers, tanto que nem tem a já tradicional animação da DC que também esteve no filme de James Wan e em Mulher Maravilha. David F. Sandberg teve a árdua missão de fazer um filme que soasse juvenil, divertido e diferente de toda a atmosfera que Zack Snyder tinha feito, e o caminho pavimentado antes por Wan é muito bem conduzido, sendo esse um longa-metragem algo bem diferente de tudo que foi feito na nova fase de heróis da Warner Bros.

    As primeiras cenas do filme mostram um jovem, atormentado por uma rejeição provinda de seu pai, que aliás é  interpretado por Jon Glover, o mesmo que fez o Homem Florônico em Batman e Robin, e foi o pai de Lex Luthor em Smallville, o interprete serviu de introdução portanto em três vilões em adaptações  da DC Comics. Neste início, o jovem Chad Silvana tem um encontro mágico com seres mitológicos, e a partir daí começa uma obsessão pela mágica. Esse menino se tornaria no futuro o ator Mark Strong, que faz um sujeito curioso, rico, que tem problemas sérios com seu pai e desconta toda sua frustração nessa busca.

    Em paralelo a isso, são mostrados alguns garotos órfãos, sendo o primeiro deles, Billy (Asher Angel) um menino que se perde de sua mãe e que cresce entre orfanatos, casas de adoção e reformatórios, além de Freddy Freeman (Jack Dylan Grazer), um menino hiperativo que é louco pela cultura de super heróis. O primeiro é adotado por uma família que costuma trazer meninos e abandonados para casa, enquanto o segundo já faz parte dessa casa. Os dois tem de lidar com a questão de não terem pais, além das  questões comuns a puberdade. Os dois são acompanhados por outros irmãos, cada um com sua importância e personalidade, sendo eles Darla, Pedro, Eugene  e Mary.

    Sandberg consegue colocar colocar pitadas de terror muito bem empregadas, e por mais que não seja do gênero, é mais assustador que Quando as Luzes se Apagam. Suas criaturas monstruosas são bem feitas e causam medo,  mesmo quando soam artificiais. Esses opositores, somados ao vilão maniqueísta servem bem a construção do conflito entre o ideal de Campeão do Relâmpago que vivo que Shazam/Capitão Marvel deveria ser, em confronto com a realidade dele ser um herói em formação, afinal, seu alter ego é também muito novo, vive na puberdade e tem seu caráter em formação. Como diz o mago de Djimon Hounsou (em uma participação especial bem legal por sinal), ele não é perfeito, mas é o herói que pode ser o campeão do antigo conselho dos magos que se foram.

    O roteiro repercute bem a questão da orfandade e do abandono parental, de um modo bem diferente dos quadrinhos, mas igualmente sentimental, alias é neste ponto que Billy se diferencia totalmente de Silvana ele é mais maduro e digere melhor a rejeição que o vilão , e isso ele aprende com seus irmãos adotivos, sobretudo Mary e Darla, estabelecendo assim uma união familiar melhor trabalhada até que a origem de Geoff Johns e Gary Frank em Shazam Com Uma Palavra mágica.

    O filme ainda guarda boas referências aos quadrinhos, como as que homenageiam Shazam e A Sociedade Monstruosa do Mal! de Jeff Smith, além de uma escolha de trilha sonora que funciona bem demais, mesmo em suas contradições, como quando passam os créditos, que além de ter uma animação ao estilo Deadpool, ainda é acompanhada pelo clássico dos Ramones I Don’t Want to Grow Up, que faz lembrar uma boa frase de Freddy Freeman nos quadrinhos, de que Billy se corrompeu e tornou chato ao agir como adulto, já a versão  de Zachary Levi não é isso, ao contrário, o ator está bem a vontade no papel e parece talhado para fazer um homem tão poderoso com a mentalidade de um moleque, além de ter uma química monstruosa com Grazer, estabelecendo um bromance melhor até do que a versão infantil dos dois interagindo. A escolha  dos produtores por não fazer do personagem um herói grandioso conforme as revistas antigas da editora Fawcett, e sim apelando para a fase em que a DC adquiriu as propriedades intelectuais do personagem funciona aqui, apesar de gerar curiosidade para uma versão sua que fosse mais séria e poderosa como a original

    Shazam! lembra um filme de herói tipico da Disney, escapista e fantasioso como Rocketeer, divertido e engraçado num nível que nem os filmes iniciais da Marvel conseguiram, ao mesmo tempo não se parece com praticamente nenhum filme de herói recente, causa um fascínio semelhante ao Batman de Tim Burton, mas com una aura mais despretensiosa e sem medo de ser puramente uma historia infanto juvenil.

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  • Crítica | Annabelle 2: A Criação do Mal

    Crítica | Annabelle 2: A Criação do Mal

    James Wan, a nova cara do terror hollywoodiano, tem inúmeros méritos e na bagagem carrega duas franquias de sucesso, Sobrenatural e Invocação do Mal, essa segunda fazendo tanto dinheiro e apelo que querendo ou não deu luz para um novo ícone para o hall de grandes monstros do cinema, Annabelle. Assim como no primeiro filme, Wan é apenas produtor dessa sequência da boneca possuída por conta dos outros projetos do diretor, assim deixando a tarefa com o cara que o próprio James parece ter apadrinhado: David F. Sandberg, famoso por conta de seus curtas de terror de baixo orçamento feitos apenas com a esposa, e em que um deles rendeu uma adaptação para Hollywood e foi a primeira direção de longa-metragem de David, o bem-sucedido mas de qualidade duvidosa Quando as Luzes se Apagam.

    Annabelle 2: A Criação do Mal é parecido com o primeiro filme do diretor, tem um péssimo roteiro, mas aspira grandes momentos e soluções, ou seja, Sandberg conhece muito bem todas as regras e convenções do gênero, e nelas inspirado o cineasta consegue ultrapassá-las e entregar pelo menos boas cenas de suspense e terror. Mas, não só de bons momentos pingados se vive um bom filme, e Annabelle 2 tem dificuldade para encontrar outras virtudes durante sua uma hora e cinquenta minutos.

    Diferente do primeiro filme, Wan parece ter colocado um pouco mais de suas ideias durante o processo e essa sequência levemente parece fazer parte dessa espécie de “universo compartilhado” iniciado em Invocação do Mal, e como já dito, Sandberg faz o possível e o impossível para tirar suco da laranja estragada que é o roteiro escrito por Gary Dauberman, construindo planos inventivos, brincando com o desfoque e sabendo dosar bem cenas gráficas e não gráficas, o visível e o invisível e principalmente o claro e o escuro. Porém, isso não salva todos os clichês que empurram a trama, desde a porta trancada que guarda o grande mal até personagens fazendo ações que beiram a burrice apenas porque o filme precisa ir pra frente.

    A trama acompanha um grupo de meninas órfãs que se mudam para uma casa após o orfanato delas fechar, o novo lar é propriedade de um casal que perdeu a filha num grave acidente; essa nova história é um prelúdio de Annabelle que por sua vez é um prelúdio do primeiro Invocação do Mal, e fica bem claro que aqui junto com o esgotamento de ideias, houve também um descuido com a própria origem da boneca, sendo confuso e criando subtramas que até o fim do filme não são bem aproveitadas nem resolvidas, servindo apenas como um falho pano de fundo para a trama principal, essa sim emocionalmente eficaz e relacionável, mérito da jovem atriz Talitha Eliana Baterman e da já familiarizada com histórias de terror, Lulu Wilson. As duas carregam boa parte do filme nas costas, mas suas personagens sofrem com algumas escolhas do roteiro no terceiro ato, amargando um pouco o gosto que fica na boca.

    Superior ao seu antecessor, mas considerando isso como uma tarefa nada difícil, Annabelle 2 prova que o caminho adotado pelo estúdio para tratar da boneca é equivocado e precisa de roteiros mais complexos assim como o seu material de origem. Mas, o filme já é um grande sucesso de bilheteria e talvez isso não convença Wan e o estúdio a mudarem a fórmula desses spin-offs de Invocação do Mal, nos resta torcer para que o terceiro filme da franquia do casal Warren mantenha qualidade e que, sinceramente, Annabelle não volte a ser visitada até que se tenha uma boa história ao nível de seu potencial.

    Texto de autoria de Felipe Freitas.

  • Crítica | Quando as Luzes Se Apagam

    Crítica | Quando as Luzes Se Apagam

    imagesSabe quando você tenta apagar aquele borrão na roupa, e acaba sujando mais? Quando as Luzes se Apagam, de David F. Sandberg, também tenta nos assustar, mas tenta tanto que por isso mesmo falha, longe do caráter experimental de um A Bruxa de Blair, o que seria bem-vindo demais aqui; Blair, vale afirmar, sendo o último grande filme de terror americano, brincando com nossas noções de perigo e instintos naturais mais básicos de uma forma realmente autêntica. A psicologia nos diz, e repete a cada sessão que não temos medo do escuro: Receamos o que pode estar escondido lá. A maioria das pessoas, pra não dizer todas teve medo de dormir sozinha, e algumas até pavor quando a única esperança de uma noite tranquila de sono, a luz do corredor, se apaga. Nós evoluímos, mas nossas paúras, não. Em caráter universal, tudo se adapta à região, mas certos gatilhos tão nossos continuam incorruptíveis de geração, à geração: Medo de bruxaria (Suspíria), do demônio (A Noite do Demônio), de fantasmas (Onibaba) ou da solidão (O Iluminado); calafrios tão inevitáveis quanto ódio e amor, iconicamente bem explorados na cadência inesquecível dos títulos mencionados acima, na licença de desenhar aqui uma certa harmonia histórica nos gêneros de horror, terror e suspense mundiais.

    Ok, então qual é a desse Quando as Luzes se Apagam, o longa, em pleno 2016, quando a realidade das coisas se mostrou mais aterrorizante que dois Chuckys montados nos ombros do Jason? Fica claro várias coisas (ironicamente) na projeção, mas principalmente uma: Como o terror que invade o ambiente doméstico provoca mais pânico que qualquer outra coisa, um pretexto imortalizado com O Exorcista e, recentemente, no regular O Homem das Trevas; se o horror dos ladrões que invadem a casa do “pobre cego” se constrói na subversão dos acontecimentos (o ceguinho não é tão impotente, como parecia), logo na primeira esquete de clubinho do terror que o filme habita, toda a desculpa que ele usa (e abusa) para nos botar medo é exposta como num dia de sol, e do jeito mais sem graça e vulgar possível, o que é pior. Assim, o filme ocupa o mesmo nível de quase tudo que M. Night Shyamalan fez desde O Sexto Sentido, já que A Visita, ótimo suspense de 2015 promoveu certa esperança.

    Subestimar a representação crescente do elemento que aterroriza que habita uma história sem pé, nem cabeça: Pecado mortal num filme mais fraco que a sua premissa – apague as luzes e uma mistura de Samara com Freddy Krueger aparece. Quando as Luzes se Apagam vem, aos trancos e barrancos, repleto de ecos do fantástico cinema de horror sul-coreano, incompatível pela qualidade com o que se faz hoje em Hollywood, arquétipos e esteriótipos que não pregam medo em ninguém, mais, são vomitados na tela sem nenhum preparo, ou cerimônia. Pior ainda é os personagens, perdidos numa atmosfera anti-climática, não acreditarem no começo na entidade que os perturba, mas mesmo assim manifestarem um medo que só se concretiza no final do filme, quando a coisa degringola de vez para uma sucessão deselegante e barulhenta de scare jumps, choro e aparições repentinas no escuro; tudo bem Supercine, ou igual aqueles vídeos com resolução 360p do YouTube. Uma tentativa inválida à beira do nonsense, com cenas que lembram Creepyshow 3, aquele terror meia-boca que só assustava crianças na década de 90. Triste.

    A melhor cena do longa oriundo do curta homônimo (e sem-graça) de 2014, surpreendentemente, vem da encenação artificial num microambiente mais parecido com um inferno neon, pontuado assim por objetos que os personagens usam no cenário cheio de manequins e sombras onde, certamente, algo irá no assustar – e assusta, num jumpscare óbvio, mas que nos faz lembrar como adoramos sentir medo, colocar a mãozinha na frente dos olhos e tudo mais… e é por isso que o filme inteiro falha, por ser um conjunto de situações onde sabemos que o pulo na cadeira, ou o grito da mulher é previsível, e portanto, não nos assusta. É como o monstro atrás de você avisar que vai te assustar- inútil, exceto se o monstro for uma ameaça pavorosa mesmo, o que não é o caso aqui, lógico, ou quando o terror é calcado tanto na imagem, quanto no som, afinal nenhum gênero consegue usufruir tão bem da capacidade audiovisual completa do Cinema tal aquele que arrepia a nossa espinha. Lembrou de Babadook, né?