Tag: David Hasselhoff

  • Crítica | Stretch

    Crítica | Stretch

    Ainda que o diretor Joe Carnahan tenha ótimos trabalhos como Narc e A Perseguição, Stretch não foi lançado em circuito. Relegado ao lançamento on demand, o longa está no catálogo da Amazon Prime Vídeo escondido pela miniatura de um pôster muito feio de divulgação. Porém, não se enganem. Além de contar com Carnahan na direção e roteiro, possui um grande elenco com como Patrick WilsonBrooklyn Decker, um quase irreconhecível Chris Pine, Ed Helms, Jessica Alba, Ray Liotta e outros.

    O filme conta a história de Kevin “Stretch” Bryzowski, um motorista de limusine que está se esforçando para superar seus vícios em drogas e jogos de azar, além de uma decepção amorosa. Porém, ainda endividado até o pescoço, o chofer aceita o trabalho de conduzir um excêntrico bilionário conhecido por dar grandes gorjetas a quem lhe presta serviços.

    Diretor e roteirista, Carnahan já de início imprime um ritmo ágil ao filme, com diálogos rápidos e cenas movimentadas que vão apresentando os personagens e suas motivações. Nota-se que há um carinho em retratar o protagonista, mas em nenhum momento ele é mostrado como alguém que o espectador deve se compadecer. Ao contrário, ele mostrado como alguém consciente das escolhas erradas que faz ao longo da vida e que agora precisa se virar para resolver seus problemas. Isso é potencializado pela ótima interpretação de Wilson.

    Situações absurdas ocorrem em escala gradual, mas em nenhum momento o filme parece inverossímil. Todos os atos tem consequências, que se não são imediatas, influenciam diretamente em outros momentos do longa. Nada fica impune em Stretch, nem mesmo as boas ações. O diretor trabalha muito bem a tensão e há uma boa dose de comédia durante o filme, principalmente nos momentos em que Helms está em cena, ainda que em vários momentos os risos são de nervoso, posto que a situação do momento, ainda que cômica, pode representar até mesmo o fim da vida do protagonista. Carnahan faz ainda um ótimo trabalho de direção de atores de todo o elenco de coadjuvantes, principalmente Pine. O Capitão Kirk dos novos Star Trek está especialmente surtado como o bilionário que é a razão da noite insana que Stretch enfrenta.

    Não se deixem enganar pela figurinha que retrata o péssimo pôster de divulgação. Stretch é um ótimo e injustiçado filme que não teve o merecido destaque à época de seu lançamento.

  • Crítica | Baywatch

    Crítica | Baywatch

    Uma das estreias mais curiosas de 2017, Baywatch chegou aos cinemas com a missão de criar uma franquia nos cinemas baseados na popular série de TV dos anos 90.

    Os guarda-costas da praia aceitam novos recrutas indisciplinados enquanto lutam contra traficantes de drogas. O roteiro escrito por Damian Shannon e Mark Swift, com a história de Jay Scherick, David Ronn, Thomas Lennon e Robert Ben Garant, tem como maior mérito a simplicidade da narrativa. Desde a apresentação dos personagens, o conflito com os traficantes de drogas se passando como donos de um clube, às mais variadas situações, tudo é muito claro ao espectador.

    A premissa gira em torno da maturidade de Matt Brody (Zac Efron), ex-campeão olímpico que precisa aprender a trabalhar em equipe, o que por si reflete no líder dos salva-vidas, Mitch Buchannon (Dwayne Johnson). A mensagem é simples: um guarda costas precisa saber se salvar antes de poder salvar os outros.

    O elenco está muito confortável fazendo as atuações mais canastronas possíveis que o filme exige. The Rock mostra porque tem presença e força em Hollywood. A direção de Seth Gordon achou o tom certo de comédia, outro acerto é a falta de pretensão, o filme não se leva a sério em nenhum momento. A fotografia de Eric Steelberg e a edição de Peres S Eliott cumprem o seu papel, deixando uma fotografia naturalista e um ritmo fluido.

    Baywatch deve agradar aos fãs da série como também quem aprecia uma comédia descerebrada.

    Texto de autoria de Pablo Grilo.

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  • Crítica | Sharknado: Corra Para o 4º

    Crítica | Sharknado: Corra Para o 4º

    sharknado 4Quem diria, hein? Aquele filme despretensioso, tosco, absurdamente ridículo, lançado em 2013 pelo Canal SyFy, chegou ao quarto episódio. O fato de Thunder Levin conseguir formular três roteiros sobre um tornado de tubarões já era algo deveras impressionante. Mas três não foram suficientes. O quarto chegou e com mais glória do que nunca!

    Sharknado: Corra Para o 4º é um oceano de referências, a começar pelo título original (The 4th Awakens), que remete ao Episódio VII de Star Wars. Não satisfeitos, a cena inicial é o clássico letreiro com as letras flutuando no espaço narrando os acontecimentos após o terceiro filme, tudo de forma absolutamente gratuita e babaca.A partir daí, já podemos notar o quão deliciosamente desnecessário é este filme.

    O que poderia haver de diferente em relação aos filmes passados? Conseguiria Thunder Levin criar uma trama com elementos diferenciados? Sim, ele conseguiu, e não teve limites. Não satisfeito com o Sharknado puro, agora a ameaça vento-tubarônica ganhará “poderes” e tipos diferentes, dentre eles o poderoso Fogonado e, claro, o Vacanado, referenciando o pavoroso filme Twister.

    SHARKNADO: THE 4TH AWAKENS -- Pictured: David Hasselhoff as Gil Shepard -- (Photo by: Patrick Wymore/Syfy)

    Não há muito o que falar do elenco: os personagens centrais estão de volta. sendo Ian Ziering o herói Fin Shepard e, felizmente, David Hasselhoff dá o ar da graça novamente como o pai do protagonista. Aliás, temos que aplaudir de pé o Sr. Hasselhoff por reerguer sua carreira nesta franquia sensacional e nos relembrar o quão mau ator ele é, apesar do carisma incontestável. Ou seja, é perfeito para este filme.

    A estrutura do filme é parecida com os anteriores, mas desta vez incorporou-se alguns elementos tecnológicos que, durante cinco anos, conseguiram anular os Sharknados que começaram a se formar. Acontece que a natureza é poderosa e, em determinado momento, o tornado volta com força total numa situação completamente esdrúxula e conveniente. Mais uma vez, palmas ao Sr. Levin, que aliado ao seu fiel companheiro, o diretor Anthony C. Ferrante, deram à luz a mais uma grande obra cinematográfica. Ria, chore, se emocione neste turbilhão de aventuras, descubra se April, a personagem de Tara Reid, morreu ou não… e se achar ruim, azar o seu, porque vai ser mais ano que vem!

  • Crítica | Sharknado 3: Oh, Não!

    Crítica | Sharknado 3: Oh, Não!

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    Oh, sim! A catástrofe natural mais querida do universo não desiste! Após faturar bilhões de dólares em bilheteria e ganhar diversos prêmios, Sharknado retorna com a terceira parte da grande saga de Fin Shepard (Ian Ziering).

    Após os acontecimentos do segundo filme, a família Shepard está feliz e contente no parque da Universal, usufruindo momentos de paz. April (Tara Reid) está grávida e maneta. Fin é condecorado com a Motosserra Dourada, um ilustre prêmio por sua façanha contra o Sharknado. Tudo parecia bem… até o primeiro tubarão cair do teto! Algo indica que Fin atrai Sharknados, tanto que desenvolveu um sexto sentido que pressente a aproximação do tornado. Mais uma vez, o herói precisará proteger sua família e a nação americana.

    Tivemos uma nítida evolução na parte técnica, deixando claro o maior orçamento despendido pela produtora The Asylum. Em diversas cenas foram utilizados tubarões reais e sangue sintético, provando que os efeitos práticos ainda têm espaço no cinema atual. O uso do CGI foi pontual e certeiro em pouquíssimas cenas, um ponto extremamente positivo que traz realismo e empatia.

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    O elenco está impecável. Além de Ian Ziering e Tara Reid, temos participações especiais de muitas estrelas: Frankie Muniz, Lou Ferrigno, Lorenzo Lamas, Bo Derek, Ray J, George R. R. Martin, além de Avalon Stone e Juliana Ferrante. Porém, a grande força é o inigualável David Hasselhoff, que após ter sua carreira reerguida ao interpretar a genial música-tema de Kung Fury, marca seu retorno definitivo às telonas neste filme. Sempre que aparece em tela, Hasselhoff rouba a cena com seu carisma e talento.

    Nem só o elenco merece os louros. O talentoso diretor Anthony C. Ferrante mostra competência e personalidade, mostrando sua assinatura o tempo todo, notória ao longo de sua extensa filmografia. O roteirista Thunder Levin, que faz parceria com o diretor desde o primeiro episódio da saga, elaborou uma trama coesa, madura e envolvente. Todos os dramas humanos para superar as dificuldades, aliados à verossimilhança dos acontecimentos, faz com que o espectador se identifique facilmente com os personagens e situações, sendo difícil segurar as lágrimas em diversos momentos. Além disso, inúmeras referências a outros filmes menores permeiam toda a película. Sem dúvidas, a dupla Ferrante-Levin é uma das parcerias mais preciosas da atualidade.

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    No primeiro filme, fomos apresentados à catástrofe Sharknado e à família Shepard. No segundo, houve um grande desenvolvimento dos personagens e da história, criando um complexo pano de fundo para este terceiro episódio. Fin carrega um grande fardo e precisa evitar que o temível Sharknado destrua seu país e sua família. A grande motivação de Fin é seu filho que está para nascer, querendo garantir um mundo pacífico para ver seu rebento crescer feliz. Todas as motivações são muito bem desenvolvidas, acarretando em um final surpreendente.

    Sharknado 3 não é apenas mais um filme-catástrofe. Ele quebra paradigmas e inova em diversos termos narrativos. Como se não bastasse, na época da estreia, o espectador poderia escolher o destino de April votando com uma hashtag no Twitter. O resultado da votação será revelado em Sharknado 4. Se você assistir à versão do DVD, Blu-ray ou Netflix, não verá as opções de votação. Infelizmente, quem não vivenciou o filme em sua estreia perdeu esse grande evento do cinema mundial. Agora, vamos esperar o lançamento do próximo capítulo desta saga que, sem dúvidas, é a mais grandiosa e relevante já feita em mídia audiovisual. Porém, será difícil superar Sharknado 3, que é o melhor da franquia até então.

  • Crítica | Nick Fury: Agente da S.H.I.E.L.D

    Crítica | Nick Fury: Agente da S.H.I.E.L.D

    Nicky Fury Agente da SHIELD 1

    Muito antes de Samuel L. Jackson aceitar o convite da Marvel Studios para estrelar o papel do coronel caolho da  agência da S.H.I.E.L.D., seria feita uma versão de Nick Fury, produzida por Avi Arad, Stan Lee e roteirizada por David Goyer. A escolha para o papel principal não poderia ser mais sui generis, com o aporte de David Hasselhoff, ainda na esteira de S.O.S. Malibu, em um papel tão canastrão quanto o que fizera neste e em Super Máquina.

    O Fury de Hasselhof é ainda mais agressivo e arredio do que a última versão cinematográfica do personagem, nada afeito a ordens, um rebelde que sabe o poder que tem, mesmo como subalterno dentro a agência de espionagem. O desrespeito as regras começa pela clássica cena em que acende um fósforo na parede, movimento comum a qualquer brucutu, ainda mais condizente com um militar que não aguenta desaforos.

    A fluidez com que é conduzido o filme de Rob Hardy  é tamanha, que se assemelha às encenações teatrais de colégio em fase de ensino fundamental. Não há como levar a sério qualquer dos conflitos entre a S.H.I.E.L.D. e a Hydra, que a priori, agiria desde a época da Alemanha Nazista, porcamente encenada por um elenco que abusa de falas aos gritos, overacting e muitos exageros visuais, com direito a cabelos extravagantes e sotaques californianos imitando horrorosamente o tom europeu de falar.

    É difícil escolher o aspecto mais chocante do telefilme, se é o fato do protagonista estar sempre oleoso, se é o tapa-olho que denuncia a completa falta de continuísmo ao se trocar frequentemente o objeto de hemisfério corporal, o bronzeamento artificial justificado do modo mais burrificado possível ou os cenários em CGI que fazem inveja aos diversos mockbusters da Asylum.

    O conjunto de semelhanças visuais com as HQ’s é incabível, sendo incrivelmente esdrúxulo, não fazendo sequer sentido dentro da métrica do argumento em alguns pontos, resultando até em contradições lógicas, como o ato de usar couro em um ambiente extremamente quente como a embarcação marítima/aérea em que a instituição se situa.

    Fury é leviano, durão e baddass, convive bem em meio ao mundo que o cerca, mesmo neste ambiente repleto de cenários de papelão que lembram demais o que é visto em produções de baixo orçamento. A trama se arrasta nos momentos finais, com direito a ressurreição de inimigos centenários, que só retornam para morrer logo depois, e uma larga apresentação de coadjuvantes genéricos, que não deixam o público esquecer do quão trash é o longa. Após um apelativo gancho para uma continuação, a resolução de Fury é curiosa por ir contra a burocracia típica da organização, ainda que o modo como é realizado não tenha qualquer inteligência. Nick Fury Agente da S.H.I.E.L.D. consegue ser tão pleno em seus defeitos, que provoca no seu espectador um riso involuntário, provindo do que já se chamava em 1998 por Marvel Studios, ainda que em outra encarnação da produtora.

  • Crítica | Kung Fury

    Crítica | Kung Fury

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    Desde o lançamento do trailer em dezembro de 2013, Kung Fury mobilizou a internet. O projeto do sueco David Sandberg era produzir um curta-metragem de trinta minutos e disponibilizá-lo gratuitamente no YouTube, tudo financiado pelo kickstarter. Se as contribuições atingissem um milhão de dólares, seria produzido um longa. Infelizmente esta meta não foi atingida, apesar de o projeto ter arrecadado 630 mil dólares com mais de 17 mil colaboradores, algo impressionante para uma produção trash independente.

    O pequeno filme conta a história de Kung Fury, um policial mestre em kung fu numa jornada pelo tempo em busca de Adolf Hitler. A história parece nonsense e babaca, e realmente é. Bem-vindo a Miami, 1985! Trata-se de uma homenagem às coisas esdrúxulas dos anos 1980, regadas com exagero, canastrice e produção barata. O protagonista que dá nome ao filme, interpretado pelo próprio Sandberg, reúne o máximo de clichês possível: policial que trabalha sozinho porque seu parceiro, considerado um pai, foi assassinado, e agora utiliza suas habilidades de luta adquiridas do nada para combater o crime. A origem dos poderes de Kung Fury é a coisa mais ridícula do mundo, uma caricatura sublime dos anos 1980.

    O filme inteiro utiliza a grande técnica do chroma key e foi gravado no escritório/porão de Sandberg. As limitações técnicas e financeiras contribuíram para que o diretor utilizasse seus recursos da melhor forma possível, liberando sua criatividade de forma eficaz. A proposta foi apresentar um curta de aventura anos 80 com o máximo de exageros possíveis. O resultado final é espetacular. A estética oitentista aliada a alguns artifícios nostálgicos (tracking e imagem de VHS, música repleta de sintetizadores, frases de efeito babacas, só para citar alguns exemplos) criaram uma obra original abarrotada de clichês. Por mais paradoxal que possa soar, essa mistureba gerou algo com personalidade.

    Pouco antes do lançamento do curta, o mundo foi brindado com uma agradável surpresa: o videoclipe de True Survivor, música-tema do filme cantada pelo inigualável David Hasselhoff. O ator/cantor foi até a casa de Sandberg na Suécia para gravar o clipe e se deparou com uma pessoa tímida, mas dedicada àquilo que fazia. A namorada de Sandberg, ao ver o astro, caiu em lágrimas, dizendo ser inimaginável que aquela ideia nascida na garagem tenha ganhado vida. Hasselhoff gravou suas aparições do clipe naquele mesmo chroma key, e todos esses detalhes foram comentados pelo próprio ator neste vídeo. Ele gostou de participar do projeto e teceu diversos elogios a Sandberg.

    Kung Fury mostrou ao mundo que um bom projeto pode ser realizado com a ajuda da internet. O kickstarter, apesar de ser deturpado por inúmeros oportunistas, ainda é uma ferramenta poderosa para a criação de conteúdo independente, desde filmes até jogos. Sandberg deu à luz uma obra extremamente divertida que virou um fenômeno. O diretor/ator sueco mostrou uma grande dedicação e competência na produção deste curta, tanto que acreditou no projeto e tirou 5 mil dólares do próprio bolso para gravar aquele trailer. Reserve trinta minutos de sua vida para conferir esta pérola trash da atualidade, mas por favor, assista ao trailer e ao clipe de Hasselhoff antes. Há um joguinho bem legal para celulares e PC, também vale a pena conferir.

  • Crítica | Star Crash: Choque de Galáxias

    Crítica | Star Crash: Choque de Galáxias

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    Roger Corman é um dos pilares do cinema americano, tendo uma importância monstra para a indústria, seja lançando cineastas que viriam a fazer muito sucesso – exemplos de Eli Roth e James Cameron – como ditador de moda também, mas acima de tudo, ele era um produtor que sabia fazer dinheiro. Foi essa motivação e claro, um orçamento paupérrimo, que o fez distribuir o filme do italiano Luigi Cozzi (ou Lewis Coates) na direção de Star Crash, uma “imitação” do sucesso de George Lucas, Star Wars – Episódio IV: Uma Nova Esperança, ainda que as influências visuais sejam muito mais pautadas em Bucky Rogers e Flash Gordon

    O início apresenta a visão de baixo de uma nave de brinquedo, com nenhum disfarce para a fajutice de sua fabricação, aparentando ser esta uma filmagem de uma aventura Playmobil, capitaneada por crianças retardadas que brincam após sofrerem pancadas sucessivas na cabeça, que pioram muito as suas já conturbadas mentes. A história acompanha o produto original, mostrando uma batalha de marginalizados representados pela voluptuosa e decotada Stella Star (Caroline Munro) e por seu amigo Akton (Marjoe Gortner) que são incumbidos pelo Império (que na verdade é bonzinho) de deter o Conde Zarth Arn, um malfeitor que vem ganhando cada vez mais espaço pelo universo afora.

    Claro que toda essa trama complicada é apenas uma desculpa para exibir corpos femininos com pouca roupa, maquetes de plástico das mais maltrapilhas, disparos de armas a laser fabricados com papel celofane e claro, as belas curvas de Caroline Munro, que tinha grande popularidade graças ao recente 007 – O Espião que me Amava.

    Logo os dois bandidos, mais Elle – um robô que diz que não pode enlouquecer por não ter os circuitos certos, mas que é capaz de ser um grande covarde – exploram um planeta, atrás do malvado Conde, onde enfrentam Corelia (Nadia Cassini), a rainha das amazonas, que possui um exército de gostosas com trajes de banho e um gigante indiano de stop-motion com dificuldade de locomoção, que não consegue deter os bravos heróis. Curioso que tais acontecimentos não têm qualquer consequência no produto, a não ser estreitar os laços entre Stella e o robô.

    Como toda boa ação tem sua recompensa má, o alienígena esverdeado e careca Thor (Robert Tessler) trai os outros tripulantes, dando cabo de Akton e deixando Stella e Elle para morrer na neve. Mas a justiça prevalece e o cacheado anti-herói ressurge para uma batalha tosquíssima com o seu vilão particular. Akton subitamente descobre-se um ser poderosíssimo, capaz de se defender com as mãos nuas e ressuscitar a bela protagonista, que estava congelada e lotada de esmegma pela superfície de sua pele, levantando linda e bela logo após a sessão impingida por seu parceiro.

    Após quase perecerem a um ataque lisérgico feito de uma névoa cor de rosa das mais mal feitas, e sem qualquer justificativa para a sua origem, os ex-bandidos entendem que aquilo é um dos maiores ataques galáticos existentes, e descem até um planeta em busca do malfadado Conde. Na superfície dele, encontram Simon, o galã em começo de carreira, David Hasselhoff, mais de dez anos antes de Baywatch ir ao ar, e claro, acompanhado de sua cabeleira permanente.

    No entanto, antes de se deparar com o vilão, eles têm de travar uma batalha com mais robôs stop-motion, bem melhores executados que o primeiro. Finalmente o embate final se aproxima, e o entrave é feito em duas frentes, como no final de Star Wars – Episódio VI: O Retorno de Jedi, o que levanta muitas dúvidas a respeito da honestidade de George Lucas. Apesar das cenas serem tão toscas quanto o resto do filme, a edição até que é bem feita para os padrões orçamentários e para a qualidade da obra. O roteiro contém uma virada, com o Imperador (Christopher Plummer) tendo de se sacrificar para que Stella e Simon escapem para a Cidade das Nuvens. O curioso é que não havia qualquer motivo para poupá-los, a não ser o fato deles serem os mais bonitos do elenco.

    As maquetes vão ficando cada vez melhores, e uma linda mensagem de alinhamento da justiça é apresentada no final com uma carga de esperança ainda mais forte que a presente em Star Wars. Star Crash foi um dos muitos produtos de Luigi Cozzi, acostumado a realizar fitas como Cozzilla (uma versão dublada em italiano de Gojira e pintada quadro a quadro) e proporcionou a este, oportunidade de rodar clássicos como Alien, O Monstro Assassino (que se passa em um barco), Drácula em Veneza, e a duologia Hercules 87 e As Aventuras de Hércules, Lou Ferrigno. Starcrash é ainda muito inspirado no clássico Barbarella, estrelado pela bela (e nua) Jane Fonda, com um caráter muito mais trash e de conteúdo podre, sendo um chorume entusiástico de uma equipe que certamente era muito fã do gênero Space Opera, mas que não dispunha de muito dinheiro ou talento, que ainda assim, é um produto muito divertido e engraçado, claro, de modo inconsciente.