Tag: Jeff Lemire

  • VortCast 89 | Diários de Quarentena XVII

    VortCast 89 | Diários de Quarentena XVII

    Bem-vindos a bordo. Rafael Moreira (@_rmc), Filipe Pereira (@filipepereiral), Jackson Good (@jacksgood), Bruno Gaspar e Flávio Vieira (@flaviopvieira) retornam para mais um papo sobre editores, política e muito mais.

    Duração: 100 min.
    Edição: Rafael Moreira e Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Rafael Moreira e Flávio Vieira
    Arte do Banner:
     Bruno Gaspar

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  • VortCast 86 | Diários de Quarentena XVI

    VortCast 86 | Diários de Quarentena XVI

    Bem-vindos a bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira), Filipe Pereira (@filipepereiral), Bruno Gaspar, Rafael Moreira (@_rmc) e Jackson Good (@jacksgood) se reúnem para destilar todo seu ódio à Cyberpunk 2077 e aos constantes aumentos de valores da Panini Comics. Além disso, falamos um pouco sobre os quadrinhos de Jeff Lemire, filmes natalinos, a importância de José Mojica Marins no cinema nacional, stand-up comedy e muito mais.

    Duração: 142 min.
    Edição: Rafael Moreira e Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Rafael Moreira e Flávio Vieira
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     Bruno Gaspar

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  • Resenha | Gideon Falls – Volume 1: O Celeiro Negro

    Resenha | Gideon Falls – Volume 1: O Celeiro Negro

    Existem histórias em quadrinhos que são aclamadas por seu texto, existem histórias em quadrinhos que são aclamadas por sua arte. E existe Gideon Falls, que atinge a excelência tanto no aspecto verbal quanto no imagético.

    A equipe criativa, formada por Jeff Lemire, Andrea Sorrentino e Dave Stewart construiu em Gideon Falls um verdadeiro clássico moderno, um tratado estético que lida com os limites da narrativa gráfica e os subverte em prol de uma experiência sensorial única, por meio de uma trama envolvente e instigante.

    O trabalho conjunto de texto, arte e cor resulta em uma poderosa e intrigante narrativa de horror, que se utiliza da fragmentação diegetica para contar sua história, a partir dos pontos de vista do Padre Wilfred e do mentalmente instável Norton, duas pessoas absolutamente diferentes e igualmente destroçados pela vida.

    É uma verdadeira aula de narrativa, a forma como Lemire descortina os mistérios escondidos em Gideon Falls e o enigmático Celeiro Negro que assombra a cidade. Toda a dinâmica entre os personagens é muito bem desenvolvida, de forma que a história não apresenta oscilação em seu ritmo, sem deixar o andamento da trama de lado em nenhum momento. Lemire concebe o terror em Gideon Falls através das entrelinhas de cada cena, cada diálogo, deixando que a tensão sobrenatural escape em alguns momentos, mas sem deixar muitas pistas para o leitor, sobre tudo o que se esconde por trás de toda a angústia que permeia a narrativa.

    Lemire foge da abordagem intimista de seus trabalhos autorais anteriores, criando uma dinâmica de relações intrincadas e complexas entre os personagens ao longo da narrativa, sem a necessidade de um subtexto familiar para conduzir as trajetórias de seus protagonistas. Sanidade e fé são colocadas em perspectiva pela escrita do autor canadense, através dos dilemas pelos quais Wilfred e Norton passam ao longo da história.

    A diagramação que Sorrentino faz através das páginas é igualmente deslumbrante e demonstra o pleno domínio que o quadrinista exerce sobre a história que se propõe a contar. Navegar pelas disposições dos quadros em Gideon Falls se revela uma viagem quase lisérgica pelos recônditos mais assustadores da mente humana. A alternância entre os requadros padrões e as diferentes configurações de composição de página, típicas do artista, refletem o próprio estado psicológico dos personagens em cada momento capturado no espaço-tempo contido no quadro.

    O trabalho em conjunto de Sorrentino com o colorista Stewart confere o tom psicodélico que a obra necessita, sem deixar de se preocupar em criar uma ambientação bem característica para Gideon Falls, em seus mais distintos núcleos. A arte casa perfeitamente com o brilhante texto de Lemire, de maneira que não se encontra uma sobreposição de arte pelo texto ou de texto pela arte, mas sim uma simbiose estrutural poucas vezes vista em uma história em quadrinhos.

    Gideon Falls foi de longe a melhor série lançada nos EUA em 2018 pela Image Comics e publicada no Brasil pela Editora MINO, quase que simultaneamente ao lançamento no mercado norte-americano, sendo assim um trabalho editorial digno de todos os aplausos possíveis. O encadernado brasileiro, editado por Janaína de Luna e traduzido por Dandara Palankof, compila o material originalmente publicado em Gideon Falls #01 a #06, totalizando 160 páginas, com papel de excelente gramatura e uma belíssima capa dura.

    Compre: Gideon Falls Volume 1: O Celeiro Negro.

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  • Resenha | Black Hammer: Origens Secretas – Volume 1

    Resenha | Black Hammer: Origens Secretas – Volume 1

    A capa de Black Hammer remete muito mais a um filme de terror do que a um quadrinhos. Um pouco ao momento em que Carrie liberta seus poderes na já clássica adaptação da obra de Stephen King para os cinemas, Carrie: A Estranha, pelas mãos de Brian De Palma. Fato é, que a história criada pelo roteirista Jeff Lemire e pelo ilustrador Dean Ormston tem uma narrativa tão intrigante quanto um livro de King.

    Na trama de Origens Secretas somos apresentados a Abraham Slam, Gail, Barbalien, Coronel Weird, Talky Walky e Madame Libélula. Todos possuem características e poderes bem peculiares e foram habitantes de Spiral City. Em um passado não muito distante, o grupo salvou a cidade de várias ameaças. Porém, ao enfrentarem um poderoso inimigo, acabaram sendo transportados para uma idílica fazenda em uma dimensão paralela. Os antigos campeões da cidade foram exilados e os habitantes da cidade que tantas vezes eles salvaram não fazem a menor ideia do que aconteceu, só que eles desapareceram. Já se passaram dez anos e ninguém do grupo sabe como foi parar ali, nem o motivo e nem se um dia vão conseguir dali.

    O volume lançado pela editora Intrínseca reúne os seis primeiros volumes da história. Ainda que bastante introdutórias, as histórias são bem intrigantes, com idas e vindas temporais, mostrando os heróis em seu passado glorioso e seu melancólico presente. Nesse ponto, a trama faz lembrar um pouco da série Lost, com suas idas e vindas e desenvolvimento de personagens, ainda que as histórias idealizadas por Lemire sejam mais interessantes e procuram aos poucos resolver seus mistérios. O roteirista e criador se esmera pra ir criando uma ambientação que prenda o leitor, ao passo que recheia tudo com diálogos inteligentes e influências bem vindas de outras histórias de quadrinhos e obras literárias de ficção científica. Outro ponto de destaque é o desenvolvimento dos personagens, com enfoque em seus dramas pessoais, no isolamento e nas suas emoções. Assim, o roteiro acaba dialogando com grandes obras dos quadrinhos, como Watchmen, Astro City e The Umbrella Academy. Watchmen talvez tenha sido a primeira com a qual pude estabelecer uma relação, principalmente no que tange à narrativa em linhas temporais distintas que mostram os heróis em seu auge e posteriormente já decadentes, com seus conflitos emocionais aflorando e regendo as relações interpessoais. Ormston capta bem as intenções de seu parceiro e cria um traço que prima por ter uma certa crueza, mas que evidencia o sentimento de cada personagem, favorecendo a empatia do leitor com os personagens. A colorização de Dave Stewart também é muito bem sacada, alternando tons vibrantes nos flashbacks com uma paleta mais dark nos momentos do presente.

    Desde o início, nota-se que Jeff Lemire idealizou uma obra referencial e também reverencial, pois seus personagens guardam semelhanças com alguns dos principais super heróis dos universos Marvel e DC, além de alguns outros de quadrinhos pulp. Examinando atentamente, vemos que o Devorador de Mundos é inspirado (e também presta homenagem) em Galactus e Darkseid, respectivamente grandes vilões cósmicos da Marvel e da DC; Black Hammer é inspirado em Thor e Superman, tanto pelo martelo quanto pela sua força e disposição em fazer o sacrifício supremo para proteger o mundo; Abraham Slam pode ser visto como uma mistura de Capitão América e Batman, pois é o único que não possui superpoderes e vive até certo ponto satisfeito com a sua condição atual; a Menina de Ouro é o equivalente ao Capitão Marvel e sua irmã Mary Marvel ,e possui até palavra mágica para transformação, mas sua condição impede seu envelhecimento, o que a torna uma mulher aprisionada no corpo de uma criança de nove anos; Madame Libélula tem suas influências dos quadrinhos de terror da EC Comics e Eerie Comics, com um certo quê das histórias do Monstro do Pântano e uma referência visual que evoca a Ravena dos Novos Titãs; o Coronel Weird é um misto de Adam Strange (o aventureiro cósmico da DC Comics) e do Doutor Estranho, pois é capaz de transitar entre dimensões, universos (e tem como sidekick a robô Talkie Walkie, cujo sentimentalismo lembra Marvin, de O Guia do Mochileiro das Galáxias, de Douglas Adams) e não vivencia o tempo como o restante dos seus companheiros; e o Barbalien pode ser visto como uma reimaginação do Caçador de Marte (que eu ainda insisto em chamar de Ajax).

    Enfim, Black Hammer é uma história não convencional de super heróis e seu acerto é justamente esse. Com personagens bem trabalhados, um roteiro que prende a atenção e uma arte em sintonia com tudo isso, a HQ talvez seja uma das melhores coisas surgidas nos últimos tempos e não à toa recebeu o Prêmio Eisner de melhor nova série no ano de 2017.

    Compre: Black Hammer: Origens Secretas.

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  • Resenha | Condado de Essex

    Resenha | Condado de Essex

    Cada pessoa tem uma forma de se lembrar, muitas das vezes mítica, fantasiosa, sobre o lugar em que nasceu e cresceu. É impressionante como nos lembramos de famílias, pessoas e eventos que, quanto mais distantes do ponto de vista do tempo, mais vivas e interessantes elas se parecem. Isso é Condado de Essex, de Jeff Lemire, uma verdadeira biografia sobre o espírito do local em que o autor passou a sua infância e tudo aquilo que isso representa para ele.

    Condado de Essex pode ser, de forma muito simples, ser tratado como um conjunto de Histórias que se interlaçam e tem como foco o local de nascimento de todas elas, ou seja, o Condado de Essex, no Canadá. Porém, essa pretensa simplicidade em nada representa a HQ, que se mostra grandiosa em execução e também nos resultados que ela atinge.

    São muitas as suas virtudes e as maneiras de enxergar essa história, vou buscar apresentar algumas que mais me chamaram a atenção. O primeiro ponto é a simplicidade e conexão que os personagens realizam com o leitor. Você acredita em todos eles, nas suas vidas, nos seus problemas, nos erros que cometeram, nos eventuais acertos e nos traumas que carregam. E a forma como a vida deles é contata é sensacional, com leveza, sem sobressaltos ou mesmo grandes reviravoltas, tudo dentro de uma sensibilidade que a vida daqueles personagens pedia.

    Outra importante questão seria a abordagem cultural que o autor coloca nestes quadrinhos. Eu já tinha conhecimento do que o Hóquei representa para os canadenses, podendo ser considerado como o mais famoso esporte do país (algo parecido com o nosso futebol aqui), mas ao ler a história você passa a entender melhor sobre essa paixão nacional e como ela se relaciona com a localidade em termos específicos. Você aprende com o que está lendo e também entende melhor sobre um povo (eu adoro todo tipo de esporte, até jogo de bolinha de gude na TV eu assisto, e após a leitura passei a ter um olhar mais carinhoso para o time de Hóquei do Toronto Maple Leafs, uma vez que não tinha nenhuma preferência na NHL).

    Outro grande valor é a própria estrutura narrativa, a qual foi dividida em grandes arcos que se interligam, as vezes de forma direta outras por compartilhar o local dos eventos. E toda a narrativa se dá de acordo com o olhar dos personagens, não se trata de um narrador que tudo vê e nos conta, mas sim de uma perspectiva bastante humana, demonstrando como cada uma daquelas pessoas percebe e sente o que ocorreu. O quadrinho foi lançado em 2008 lá fora, mas parece ser uma das obras mais maduras e ricas de Jeff Lemire, chegando por aqui apenas em 2017 pela Editora Mino, que um ano antes havia publicado o excelente O Soldador Subaquático, também de Lemire.

    E a grande questão persiste: por que eu me interessaria por uma História sobre o Canadá? Como algo tão distante pode dialogar comigo e com a minha realidade? Ao ler a história você se sente como na sua própria infância e adolescência, ao se lembrar de famílias tradicionais, fofocas locais, aquele craque da cidade que nunca vingou e as várias personalidades que compõe qualquer cidade, principalmente as de pequeno porte.

    Não se intimidem pelo numero de páginas ou mesmo pelo preço, trata- se de uma HQ que merece ser lida e compartilhada. Não apenas leia, mas empreste, divulgue, e apresente para outros que gostem de uma boa leitura.

    Compre: Condado de Essex.

    Texto de autoria de Douglas Biagio Puglia.

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  • Resenha | O Soldador Subaquático

    Resenha | O Soldador Subaquático

    No longínquo ano de 1999, quando comecei minha graduação em História, me deparei com um conceito que usaria durante muito tempo: indústria cultural. Nele, entre outras coisas, é discutida a obra de arte em uma época de fácil reprodução técnica e de modelo de produção em larga escala. Em outras palavras, a crítica é que se perdia o sentido da arte em prol de um sentido de mercado, mais padronizado e artificial. O Soldador Subaquático, de Jeff Lemire, ainda que se trate de uma produção visando o mercado, tem pouco ou quase nada de um padrão imposto ou encaixotada dentro de modelos mercadológicos claros, como podemos ver em gibis de heróis. Trata-se aqui de uma história calcada em relações sociais cotidianas e a forma como as pessoas lidam com as pressões e sentimentos que pertencem a todos.

    A história deveria ser apresentada para todos aqueles que ainda insistem em dizer que gibi é coisa apenas para criança, com um enredo de proposta aparentemente simples, mas com uma profundidade temática absurda e capaz de explorar muitos e variados sentimentos muito comuns para quase todos nós. O enredo é bem claro: Jack, um soldador subaquático, prestes a ter um filho tem que enfrentar a insegurança e temores de se tornar pai ao mesmo tempo que revive e tem de resolver os problemas deixados da sua própria relação com o seu pai. A partir daí, o autor dá uma verdadeira aula de como abordar esses temas de forma bastante criativa e fugindo das maneiras convencionais de elaborar uma história em quadrinhos.

    Toda a história gira em torno da forma como Jack, o protagonista se relaciona com a figura do pai, que representa uma memória de ausência e de um certo vazio, com a de seu vindouro filho, que faz com que ele se coloque no papel de pai e nas responsabilidades que isso implica.

    Em uma narrativa que faz uso de flashbacks e até mesmo da criação de uma breve distopia em forma de delírio, Lemire nos conta a relação do protagonista com o pai e como adoração por parte do filho e a ausência em momentos cruciais pelo pai geraram uma estranha noção de amor mas com algo que faltava, uma incompletude. E, esse sentimento, que estava adormecido, surge no momento em Jack se tornará pai e ele terá que resolver o seu passado para compreender melhor o presente. Presente e passado se intercalam em vários momentos da trama, demonstrando a importância destas noções para qualquer tipo de relação.

    A arte de Lemire, ainda que não agrade a todos, combina perfeitamente com as ideias e propostas apresentadas durante a trama, fazendo com que se tenha uma união muito interessante e viva, seja no tempo presente, como também durante o passado do personagem.

    Outro importante fator a ser destacado é que Lemire produziu esse trabalho justamente quando estava para ser pai, ou seja, se trata um pouco das próprias angústias e anseios do autor, que nos são apresentados de forma bem transparentes. Enfim, ler O Soldador Subaquático é adentrar um pouco na mente do autor é conhecer um pouco mais sobre a pessoa e não apenas da obra.

    Compre: O Soldador Subaquático.

    Texto de autoria de Douglas Biagio Puglia.

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