Crítica | A Intrometida
Filme de Lorene Scafaria, A Intrometida narra a história de Marnie Minervini (Susan Sarandon), uma mãe que está perto da terceira idade e acaba de ficar viúva. Tentando compensar a falta do companheiro, a personagem começa a agir de maneira bastante inconveniente com sua filha, Lore (Rose Byrne), forçando uma intimidade com ela de maneiras criativas e gratuitas.
O desafio de Marnie é conviver com a solidão recém adquirida, e viver seus dias sem se lamentar, para isso sua postura positiva cai muito bem, mas não preenche por completo o vazio que fica por não ter mais os membros de sua família por perto. O paliativo que ela encontra é o de tentar ser uma figura mentora para pessoas comuns, genéricas, as mesmas que estão perto de suas rodas sociais. Quando finalmente entende que aquilo não é o suficiente, decide viajar para Los Angeles, atrás de sua filha.
Esse estado itinerante que ocorre com ela também não a satisfaz, evidenciando a intenção do filme em demonstrar que a busca pela felicidade não necessariamente está em algum outro lugar misterioso, e sim dentro do ideário do sujeito. A questão aqui é que esse desenrolar ocorre de maneira bastante repetitiva e com poucos momentos realmente engraçados.
O quadro melhora um pouco próximo ao final, quando finalmente se assiste uma interação maior entre mãe e filha, mas a sensação de rodar em círculos viciosos não se desprende do imaginário do espectador, que contempla uma trajetória que poderia ser cara e terna, mas que em última análise, aparenta apenas enfado e reincidência dos poucos bons momentos do filme, piorando a situação ao se levar em conta que até esses períodos não são muito inspirados.