Review | Injustice
James Purefoy, conhecido pelo seu papel como Marco Antônio no seriado Roma e mais recentemente por interpretar Solomon Kane nos cinemas, retorna na minissérie jurídica Injustice, atuando como um renomado advogado criminalista repleto de traumas e dúvidas quanto ao sistema judiciário inglês.
A trama de Injustice é bastante intrigante, trazendo dois personagens centrais, o primeiro dele é William Travers (James Purefoy), um homem de meia idade que parece ter tudo o que precisa, formado em Cambridge, é um advogado de defesa brilhante, possui uma família adorável, uma linda casa no interior da Inglaterra e trocou a vida agitada da cidade para a calmaria do campo. Mas nem tudo é o que parece, Travers está a beira de um colapso nervoso, principalmente quando reconhece um homem na plataforma de uma estação de trem, o mesmo homem que em breve terá seu sangue decorando a parede de seu quarto em uma fazenda não muito longe dali.
Com isso conhecemos a outra personagem, Mark Wenborn (Charlie Creed-Miles), um desagradável detetive responsável pela investigação do assassinato do misterioso homem. Wenborn é o típico policial durão com um olhar branco e preto do mundo, onde não acredita no trabalho dos advogados, e provavelmente acredita que o mundo seria um lugar muito mais seguro sem eles. Tudo piora quando um de seus colegas tenta impugnar um crime através de evidências falsas contra um homem negro, e Travers consegue provar a corte do ocorrido, resultando na demissão desse amigo.
A história é apresentada em conta-gotas, pouco a pouco vamos conhecendo o passado das personagens centrais. A mulher de Travers, Jane (Dervla Kirwan), vive um dilema, entre escolher entre seu trabalho e sua família, pois abandonou sua carreira como editora literária para ficar ao lado de seu marido, porém, recebe uma oportunidade promissora ao analisar um livro escrito por um jovem detento, onde ela trabalha como professora de Inglês em uma instituição para jovens infratores. Wenborn vai se mostrando um homem cruel e vingativo, seja com sua esposa ou com sua obsessão em encontrar algo que incrimine Travers.
No meio disso tudo, Travers é procurado por um velho amigo para defendê-lo no tribunal de acusações de assassinato de sua secretária e conspiração contra sua empresa. Contudo, ao aceitar o caso, ele terá que retornar a cidade e enfrentar o passado que deixou para trás.
O roteiro de Anthony Horowitz é complexo, cheio de camadas e não recorre a clichês do gênero, os dramas se encaixam de maneira coesa à história, mesmo personagens menores têm um papel importante na trama. A direção de Colm McCarthy (The Tudors) é fundamental num thriller psicológico como o apresentado aqui. A minissérie conta apenas com 5 episódios. Nem tudo é o que parece.