Crítica | Superman: O Homem do Amanhã
Liga da Justiça Sombria: A Guerra de Apokolips terminou bem o universo de animações baseada nos Novos 52. Com a promessa de que os novos longa metragens seriam feitos sem estar necessariamente presos a mesma cronologia, Superman: O Homem do Amanhã é o pioneiro dessa nova empreitada. A história mostra o início da trajetória do herói, incluindo sua infância e mudança para a cidade de Metrópolis.
A direção fica a cargo de Chris Palmer, estreante em filmes, enquanto o roteiro é de Tim Sheridam, responsável pelo competente O Reino do Superman. Já se nota logo no início uma grande diferença para as outras animações, nos momentos estáticos o traço tem muito mais detalhes, ainda que o desenho das faces do herói, vilões e coadjuvantes seja mais limpo. Os movimentos são mais fluidos, ainda que as lutas possuam momentos mais lentos.
O roteiro tem uma narrativa solta, mostrando as origens do Superman sem repetir os clichês de Krypton explodindo com Kal-El. Sheridan utiliza a HQ Superman: Alienígena Americano para mostrar uma jornada de rejeição natural às habilidades sobre-humanas e a tudo aquilo que é diferente dos outros. A saída dele da pequena cidade para uma megalópole é bem construída, assim como sua introdução no Planeta Diário e a relação com Lois Lane, aliás, uma das versões mais fortes e inteligentes da personagem em anos de abordagem.
As participações de coadjuvantes do universo DC são bem encaixadas e não roubam o protagonismo do kryptoniano. O fato dele ainda ter dúvidas sobre usar ou não seus poderes faz a potência das participações do Lobo e do Caçador de Marte serem muito pontuais.
As escolhas originais do filme são inteligentes, mas carregam em si alguns problemas sérios. A vilania do Parasita, ainda que funciona visualmente, faz todo o espírito de complexidade da identidade do Super se perder. A mensagem mostra a luta de um herói super poderoso e que ainda não sabe lidar com a sua onipotência, tentando defender uma cidade indefesa de um monstro gigante semelhante a Godzilla e isso é muito pouco, o roteiro não tem de longe o mesmo sentimento presente nos quadrinhos que inspiraram o filme. No final, o que se percebe é como um ano zero do herói, e nisso, Superman: O Homem do Amanhã funciona, além de ser muito superior em personalidade às animações anteriores dos Novos 52.