Resenha | Street Fighter Alpha
Ryu travou uma dura batalha com o gigante tailandês Sagat. À beira da morte, Ryu manifesta o Satsui No Hadou, “o lado negro do Hadouken”, despertando um poder inacreditável juntamente com uma vontade assassina. Ryu acaba vencendo a batalha aplicando um Shoryuken no peito de Sagat, deixando a tão famosa cicatriz no Rei do Muay Thai. Após essa batalha, o carateca japonês fica apreensivo sobre o Satsui No Hadou, e tem batalhado consigo mesmo para controlar essa manifestação assassina de poder. Resolve parar de lutar e, desolado, se afunda num conflito interno. Segue uma caminhada sem rumo.
Ele acaba contratado como guarda-costas de um grupo de traficantes, mostrando o quão Ryu se desligou do mundo na tentativa de fugir das batalhas. Os traficantes estão num barco na costa da Tailândia quando são abordados por Chun Li e sua equipe da Interpol. Em meio ao tiroteio, Ryu é baleado ao proteger o grandalhão Birdie, e nesse momento desperta novamente o Satsui No Hadou, perdendo o controle de si atacando a tudo e a todos com um fúria destruidora. Após retomar consciência, Ryu é levado pela Interpol, que vê o poder de Ryu como uma esperança no combate à organização criminosa Shadaloo e seu líder Bison.
Baseado na série de jogos homônima, Street Fighter Alpha utiliza como base diversos personagens da franquia para narrar uma história simples, mas divertida. O roteiro não é nenhum primor, as motivações são bem diretas, nada extremamente filosófico, afinal estamos falando de um jogo de luta dos anos 1990. O que temos de sobra é o carisma desses personagens que marcaram toda uma geração gamer.
Falando rapidamente do jogo, a série Alpha/Zero ganhou três títulos, implementou diversas mecânicas de lutas e trouxe uma estética animê aos personagens – o que, provavelmente, facilitou a vida do autor deste mangá. A Capcom adicionou vários personagens novos (Nash, Rose), além de alguns da franquia Final Fight (Guy, Sodom). Na cronologia oficial, Alpha Zero está entre Street Fighter I e II, por isso vemos Ryu, Ken e Chun-Li mais jovens (ao contrário de Street Fighter III).
Não espere um mangá de narrativa profunda. O roteiro é até bobo, se analisarmos friamente. Mas em se tratando de uma adaptação de jogo de luta, o autor Masahiko Nakahira fez um ótimo trabalho. Ele conseguiu, em apenas dois volumes, utilizar diversos personagens e amarrar uma história, mas não se preocupou em explicar muito, presumindo que o leitor já esteja familiarizado com aquele universo. Talvez o grande mérito de Nakahira foi criar o Evil Ryu, que apareceria nos games posteriores.
Não há muito mais o que se falar desta obra sem adentrar nos spoilers. É bom deixar claro – de novo – que a história deste mangá não tem nada de extraordinária, os personagens são jogados aos montes, e quem não conhecer o jogo poderá ficar perdido ou não entender esse papo de Hadouken e afins (faça o teste relendo os primeiros parágrafos deste texto). Tenha ciência de que é um mangá para fãs de Street Fighter. Não espere um grande roteiro, apenas desligue o cérebro e divirta-se vendo os personagens tão queridos por nós caindo na porrada. Os dois volumes foram lançados no Brasil pela NewPOP Editora.