Crítica | Fuga de Nova York
Fuga Para Nova York é um dos melhores filmes de John Carpenter e sempre lembrado na lista de grandes produções da década de oitenta. Misturando ação com ficção científica, a trama situa-se em 1998, em um futuro em que a ilha de Manhattan tornou-se uma gigantesca prisão que o governo monitora pelo exterior. Devido a um atentado contra o avião do presidente dos Estados Unidos, o veículo faz pouso forçado dentro da prisão e precisa ser resgatado a todo custo. Snake Plisken, um famoso bandido local, é obrigado a realizar o salvamento.
Kurt Russell já havia trabalhado com Carpenter anteriormente e realizam mais uma parceria bem sucedida. A criação do anti herói de poucas palavras tornou-se icônica pela cara mal encarada e o tapa olho característico. Mesmo silencioso a maior parte do tempo, é um personagem com presença cênica e carrega em si a simbologia de um nome feito nas ruas, a partir da tatuagem de cobra que tem na barriga, garantido seu perfil brucutu. O típico anti-herói que não se transforma durante a jornada. Mesmo tendo estrelado apenas dois filmes, foi marcante o suficiente para sempre estar na memória de cinéfilos e de listas sobre heróis de ação.
Ao assistir está produção antiga, nota-se as sequências de ação bem diferentes das vistas hoje. Ainda não havia apreço por cenas de lutas coreografadas como balé, nem utilização de cortes rápidos. A produção tem somente um conciso polo de ação – o resgate do presidente – e nesta situação que se desenvolve pequenos conflitos e embates que surgem no caminho desta missão.
A ambientação de Nova York suja e desolada, como uma prisão-esgoto para os bandidos, é bem retratada e demonstra o talento que John Carpenter possui para produzir boas histórias no universo da ficção científica (recuso-me a utilizar a expressão futuro distópico, tão em voga no momento). Embora ainda vivo, parece aposentado. Seu último filme, Fantasmas de Marte, foi lançado em 2001 e foi um fracasso retumbante de público. Fazendo jus a um filme bobo que aproveitou o hype da exploração de nosso planeta vizinho para uma história de antiga civilização que assombra a população terrestre do local.