Resenha | Magneto: Atos de Terror
Magneto é dos personagem mutantes mais famosos entre os que participam das historias dos X-Men e derivados, seja como primeiro vilão do grupo X, como soberano da nação mutante localizada em Genosha por anos ou como líder ideológico revolucionário. Escrito por Skotti Young com desenhos de Clay Mann e Gabriel Hernandez Walta, em Magneto : Atos de Terror a trama começa com o personagem invadindo uma reunião de preconceituosos aos mutante e sua ideologia. O personagem ataca as pessoas, dizima-as e justifica bem o nome original da publicação, Not a Hero, não é um herói, uma vez que em suas atitudes não há espaço para lidar bem à intolerância alheia, nem truísmos dignos dos heróis.
Essa primeira sequência logo se prova dúbia, é preciso verificar além das aparências. O status quo consiste na decisão de Erik Lehnsherr em ser um sujeito cordato, tanto que decidiu se unir aos X-Men liderados por Ciclope e Emma Frost. A publicação da historia data de 2012, e essa fase é bastante elogiada por leitores e pela crítica, mostram a escola de super dotados tendo que lidar com a ausência de poderosos mutantes, entre eles Jean Grey e Charles Xavier embora a leitura dessa historia em particular não envolva esses aspectos de maneira direta.
A narrativa contém boas surpresas e inversões de expectativa, com participações pontuais de personagens novos para época, como a mutante Fada, e o retorno de outros antigos coadjuvantes, como Joseph e Astra. A arte de Mann resgata elementos típicos da fase de Jim Lee e Chris Claremont, embora o texto seja bem diferente dessa fase. Isso resulta em uma boa mistura, pois o sub texto é mais elaborado e adulto, resultando num estudo de personagem diferente do revolucionário quase sempre beligerante, com os desenhos que fazem lembrar fases mais clássicas. Ou seja, é fácil perceber que se trata do mesmíssimo Magneto das histórias antigas.
A luta final é apoteótica, como uma batalha entre dois deuses semelhantes. Termina de maneira visceral, discute a respeito da índole de Magnus como líder mutante, como idealista e como ente de um mundo de super seres. O personagem tem defeitos, falhas morais e de comportamento, e para uma historia a respeito de Magneto, Young mostra um bom estudo de caso da figura dúbia que Erik sempre foi desde os anos 60 e a fase pós Claremont, até os dias atuais nos X-Men de Jonathan Hickman.