FLIP 2013: Introdução ou de como fui à Paraty
Começou hoje a 11ª Festa Literária Internacional de Paraty, a FLIP, e minha missão nos próximos dias é acompanhá-la diariamente, apresentando as notícias referentes ao evento e cobrindo as mesas literárias que assistirei, tanto do evento principal como das outras diversas programações que acontecem paralelamente em Paraty.
Leitor assíduo de literatura e estudante de Letras, sempre fui entusiasta do evento e curioso sobre a mítica em torno da cidade histórica de Paraty. Mas sem dinheiro no bolso não se vai longe e sempre permaneci em casa acompanhando o evento com aquela ponta de inveja de quem esteve presente.
A proposta que nosso editor-chefe, vulgo general / coronel, fez foi irrecusável. Hotel cinco estrelas em Paraty com tudo pago para cobrir o evento porque, de acordo com ele, faltava literatura dentro do caldo cultural do Vórtex. Então, depois de me enviar um cheque graúdo que, estranhamente, havia fundos, eu iria oficialmente para Paraty com tudo pago.
Não, peraí, nada disso. Vamos de novo.
Depois de um longo planejamento – longo – e de um período de economia – regado a copos d´água e cascas de pão – uni o útil ao agradável e propus ao nosso general que, aproveitando que eu estaria em Paraty, cobrisse o evento. Seria um desafio pessoal e complementaria ainda mais o espaço literário do site. E aqui estamos.
Sendo o evento literário mais conhecido do país, grandes veículos midiáticos se voltam para Paraty produzindo especiais, promoções, perfis, análises e toda uma cobertura diferenciada sobre o evento. Fazendo-os pensar, o que haverá de diferente nesta cobertura? E eu respondo: absolutamente nada.
Mas achei que não haveria problema em tentar, principalmente porque estamos falando de um assunto que tenho muita paixão e, não por coincidência, também minha futura formação acadêmica. Dessa forma, os leitores acompanharão nos próximos dias breves comentários a respeito de cada palestra que estiver presente, bem como as notícias divulgadas direto da central de informações da FLIP (o evento tem pompa, nada de falar assessoria de imprensa, não!).
Serão breves comentários diários sobre o que os ditos grandes autores falam sobre seu ofício e como se relacionam com a contemporaneidade. E, nos dias seguintes ao término da Flip um texto narrando a experiência da viagem, porque quem não tem cacife para ir aos Estados Unidos – alô, Pablo – viaja para Paraty mesmo.
Para quem se interessa por literatura, a programação da FLIP e de todos os seus eventos paralelos deixa qualquer um maluco. Não há chance de conseguir assistir tudo o que se quer devido à tantas conversas potencialmente boas marcadas em simultâneo para os próximos dias.
Mesmo quem não pode estar em Paraty, há a possibilidade de assistir todas as mesas principais no site da própria FLIP. Um excelente conceito para promover a discussão cultural sem a necessidade de aprisioná-la em um local somente para iniciados.
Dialogar sobre literatura é sempre arenoso. À parte as indefinições de diversos conceitos teóricos, sempre chega um momento em que o egotismo, a metralhadora verborrágica, fala mais alto do que a conversa informal. Alguns dos elementos que eu pretendo evitar porque, francamente, o ambiente acadêmico literário já é um porre. Não precisamos transformar um evento bacana – que não a toa tem a informalidade na festa do título – em mais um sermão sobre a queda de Roma.
Vamos, então!