Resenha | Fabulosos Vingadores: Ameaça Vermelha
O conflito envolvendo as duas grandes super equipes da Marvel Comics, Vingadores e X-Men, promoveu em 2012 uma saga escrita por Brian Michael Bendis, Matt Fraction, Jason Aaron, Ed Brubaker e Jonathan Hickman. Uma narrativa que finalizou conceitualmente uma era do estúdio, abrindo espaço para a Nova Marvel. Em consequência direta a tais acontecimentos, uma nova revista foi lançada unindo heróis de ambas as equipes e apresentando, de maneira eficiente, a unidade entre dois grupos normalmente distintos na editora.
Pertencentes a um mesmo universo, o projeto editorial das equipes sempre fora distinto. A saga que proporcionou uma batalha entre os heróis se tornou ponto de partida para uma nova postura, em que os heróis se integravam sem precedentes, evidenciando a tônica de uma igualdade super-heroica. Fabulosos Vingadores foi publicado inicialmente no país na revista mensal Avante, Vingadores. Ao lado das revistas Vingadores: Arena surge Assemble Avengers, nova série lançada para atrair novos leitores devido ao filme, sem amarras aparentes com a cronologia. Sendo assim, Fabulosos era o carro-chefe da publicação e motivo que justificava a compra do material. Em um momento em que a Panini Comics tem relançado a Nova Marvel em edições encadernadas, Fabulosos Vingadores: A Sombra Vermelha reúne o primeiro arco formado pelos cinco primeiro números do original.
Com arte de John Cassaday e roteiro de Rick Remender – o qual foi responsável pela reestruturação da Marvel na mega-saga vindoura Guerras Secretas – a trama dá sequências aos acontecimentos pós Vingadores vs X-Men. Scott Summers está preso em razão do assassinato do Professor Xavier, e um abatido Wolverine se vê obrigado a discursar sobre a morte do mestre e manter seu projeto ativo. Em paralelo, Capitão América reconhece que nunca havia observado a causa mutante com atenção e, prezando pela união e diversidade do mundo heroico, promove esta equipe reunindo mutantes e Vingadores.
A premissa é a justificativa para unificar leitores que, eventualmente, liam somente uma das vertentes da batalha. Explorar um universo dividido entre Vingadores e X-Men foi um trabalho editorial coeso desta Nova Marvel, desenvolvendo com qualidade uma unidade que privilegia cada equipe e desenvolve uma boa narrativa. Uma maneira encontrada pela editora para aumentar o potencial de suas tramas, unindo ativamente grupos até então estrategicamente separados.
A possibilidade de unir tais personagens se simboliza no vilão do primeiro arco: Caveira Vermelha. Como boa parte da Marvel sofreu uma espécie de reboot fajuto a partir do conceito da Nova Marvel, há um novo Caveira Vermelha em cena. Um clone criado na época da Segunda Guerra Mundial e congelado para reviver décadas após a guerra. Uma justificativa simples, porém aceitável, para que a personagem retorne e mantenha um plano de transformar a Terra em um novo Reich, como o Caveira inicial da época da guerra.
Ao estabelecer uma equipe mista entre as duas equipes, a história versa timidamente sobre estes personagens variados como um grupo amplo, demonstrando que a batalha anterior, além do conceito mercadológico de vendas, não foi apenas para atrair leitores, mas para modificar o status quo de antagonismo entre mutantes e outros heróis. A dinâmica entre o grupo apresenta atritos naturais visto em outras formações e, desde já, a batalha contra Caveira Vermelha, um vilão modificado que rouba o cérebro de Charles Xavier integrando-o ao seu, aponta um futuro gancho para um plano maior que será desenvolvido na saga Eixo.
Fabulosos Vingadores: Ameaça Vermelha abre mais uma fronte diante das possibilidades heroicas da casa em uma história bem desenvolvida e equilibrada, destacando cada personagem em um novo momento de coexistência entre mutantes e demais heróis. Um bom ganho graças à batalha anterior.
Compre: Fabulosos Vingadores: A Sombra Vermelha